Environmental heterogeneity, species diversity, and structure of the tre community in a stand of the Brazilian Atlantic Rain Forest / Heterogeneidade ambiental, diversidade e estrutura da comunidade harborea de um trecho da Floresta Ombrofila Densa Atlantica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A Floresta Atlântica é um ecossistema complexo, exibindo áreas com mais de 200 espécies de árvores coexistindo em um único hectare. Variações topográficas, principalmente em pequenas escalas, parecem ter forte influência sobre a diversidade, porque estão relacionadas com o processo de formação do substrato e com a disponibilidade de água e nutrientes do solo. Este trabalho investigou a relação entre variáveis microtopográficas e a estrutura da comunidade arbórea em 1 hectare de Floresta Atlântica, no Parque Estadual Serra do Mar, Ubatuba, SP. No capítulo 1, testamos as hipóteses que microvariações topográficas aumentam a diversidade de espécies arbóreas e que microhábitats côncavos possuem maior diversidade que microhábitats convexos, e no capitulo 2, que microhábitats côncavos detêm mais biomassa que microhábitats convexos devido ao predomínio de processos de sedimentação neste tipo de microrrelevo. No capítulo 3, apresentamos uma descrição fitossociológica, discutindo sua diversidade em contextos regionais e continentais. Alocamos 100 parcelas contíguas de 10 x 10 metros (S23º21?59.8??W45º05?02.8?) e etiquetamos, medimos (PAP e altura) e identificamos todas as árvores (PAP>15 cm). Para cada parcela, medimos a inclinação do terreno e calculamos a biomassa acima do solo (BAS) e o índice de convexidade (IC), que é considerado indicador da disponibilidade de água e nutrientes no solo, pois processos erosivos predominam em áreas convexas, tornando-as ambientes mais secos, enquanto nas áreas côncavas predominam processos de sedimentação e acúmulo de água e nutrientes. 51 parcelas são convexas e 49 côncavas. O solo das parcelas côncavas foi significativamente mais úmido que das convexas. Encontramos 1881 indivíduos de 206 espécies, 102 gêneros e 48 famílias (H?= 4,48 nats.ind-1), sendo 1578 árvores (83,89%), 237 palmeiras (12,59%), 8 samambaias arborescentes (0,42 %) e 58 mortos (3,08 %). Euterpe edulis obteve o maior IVI. Myrtaceae (42), Rubiaceae (18) e Fabaceae (15) foram as famílias mais ricas. Ocorreram duas espécies novas. A diversidade (H?= 4,48 nats.indivíduo-1) está entre as maiores do Brasil. A BAS estimada foi de 255,553 Mg.ha-1. 804 árvores (104,703 Mg.ha-1) nas côncavas e 1077 árvores (150,850 Mg.ha-1) nas convexas. A BAS não mostrou correlação com o IC ou inclinação e apresentou distribuição aleatória, assim como as grandes arvores, que representam sua maior proporção. A diversidade não mostrou correlação com a inclinação e com heterogeneidade microtopográfica. As parcelas convexas apresentaram mais indivíduos e diversidade, contrariando nossas hipóteses e os resultados de outros autores que diversidade é negativamente correlacionada com posições mais altas da encosta. Argumentamos que em florestas com alta pluviosidade, a umidade do solo poderia atuar como fator restritivo ao estabelecimento dos indivíduos, atuando concomitantemente a várias contrastantes condições microclimáticas imposta pela microtopografia, tais como período de exposição à luz, temperatura e evaporação do solo e do ar e taxas de acúmulo e decomposição de serrapilheira e matéria orgânica, que poderiam atuar como filtros ambientais afetando a germinação e o estabelecimento. Nossos resultados mostraram que heterogeneidade ambiental nem sempre aumenta a diversidade de espécies arbóreas e que as espécies exibem diferentes tolerâncias por hábitat, evidenciando os processos de montagem por nichos em comunidades arbóreas tropicais. Palavras-chave: filtros ambientais, heterogeneidade microtopográfica, modelo de montagem por nichos, microrrelevo, fitossociologia, micro-hábitat

ASSUNTO(S)

filtro ambiental floresta ombrofila densa atlantica atlantic forest ombrophilous dense environmental filter microtopography microtopografia

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