Entre Oriente e Ocidente: as vozes das travessias em Amitav Ghosh / Between east and west: the voices of crossing in Amitav Ghosh

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/02/2011

RESUMO

A literatura indiana de lingua inglesa desenvolveu uma identidade própria desde que o gênero romance foi levado para o subcontinente indiano pelos ingleses no século XIX. O encontro desse romance com as narrativas orais e as tradições locais favoreceu um tratamento diferente do tempo e do espaço nas obras. Esta disertação tem por objetivo analisar dois romances de Amitav Ghosh, The Shadow Lines (1988) e The Hungry Tide (2004), tendo como foco as questões relativas ao tempo e ao espaço, às fronteiras, às grandes e perquenas narrativas e às figuras femininas nelas retratadas. Ao ultrapassar os limites impostos pelos ideais nacionalistas e patriarcais, a mulher dos romances de Amitav Ghosh cruza as fronteiras culturais e sociais, rompendo com os padrões atribuídos a ela. Sua capacidade de transformar um espaço, vista antes como uma tribuição do homem, é folcalizada nas duas obras estudadas. Se Ghosh questiona as grandes narratibas em contraponto com as pequenas, as quais retratam as pessoas excluídas da historiografia oficial, e redefinem o papel da mulher na sociedade que atua, quais são os conflitos gerados por esse contraponto? O ato de cruzar das fronteiras é um espaço simbólico das transformações e rupturas originadas pela ação feminina ou elas não dependem da mulher? Na nossa apreciação, a agência política da mulher propicia tais transformações, devido às rupturas ligadas ao processo do deslocamento, e acontecem em dois níveis: no sujeito, na busca identitária do pertecimento, analisada no primeiro capítulo com o romance The Shadow Lines, e no da prática social pela agência do próprio sujeito, assim como apresentado no romance The Hungry Tide. Um dos tópicos analisados na dissertação é a representação da mulher como agente dessas rupturas por meio dos diferentes recursos textuais usados pelo narrador. Desde uma perspectiva da teoria pós -colonial, destacamos nas duas obras o uso de paralelismos históricos e sociais como via de entendimento dos dramas e lutas pessoais. Tendo a consciência de que todas as narrativas, sejam oficiais ou secundárias, caminham lado a lado estabelecendo relações conflituosas, ressaltando o papel das personagens femininas, cujos recorrentes deslocamentos questionam e problematizam os paradigmas sociais vigentes e constroem espaços simbólicos que se configuram pelo cruzamento de fronteiras geográficas e sócio-culturais.

ASSUNTO(S)

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