Entre o ser e o nada : um ensaio de antropologia simÃtrica sobre os discursos proferidos pelos cientistas e veiculados pela imprensa no processo que levou à aprovaÃÃo do uso de embriÃes humanos nas pesquisas com cÃlulas-tronco embrionÃrias no Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Neste trabalho buscamos identificar o que talvez pudesse ser considerado por muitos como razÃes pouco usuais ou contraditÃrias para o grande nÃmero de conflitos que se agregaram no entorno da (in)constitucionalidade da utilizaÃÃo de embriÃes humanos nas pesquisas que visam a obtenÃÃo de linhagens de cÃlulas-tronco embrionÃrias no Brasil. Para tanto, desfizemo-nos de acordos tÃcitos como o que transformava a Igreja CatÃlica no principal algoz destes estudos, para nos indagar sobre quais outras entidades poderiam estar envolvidas com igual forÃa polÃtica, em todos estes imbrÃglios. Nossa suposiÃÃo era a de que tÃo importante quanto os discursos da Igreja CatÃlica no fomento a tais controvÃrsias se revelaria o papel desempenhado pelos prÃprios cientistas brasileiros, quando analisada a comunicaÃÃo por eles estabelecida com a populaÃÃo leiga ao longo do processo que levou à aprovaÃÃo final pelo Supremo Tribunal Federal do Artigo 5 da Lei de BiosseguranÃa brasileira, em fins de Maio de 2008. Assim, por intermÃdio de um vasto banco de dados e o auxÃlio teÃrico da Antropologia SimÃtrica, pudemos apreender que, de fato, o diÃlogo entre ciÃncia e sociedade fora bastante exÃguo, muito aquÃm do que a importÃncia destas pesquisas poderia representar para a pesquisa e a saÃde pÃblica locais e, do mesmo modo, inferior à necessidade de tais pesquisadores cooptarem a populaÃÃo em prol de seus estudos (o que, certamente, facilitaria a obtenÃÃo de recursos, etc.). Mais do que isso, pudemos entender que subjaz a essa notÃria dificuldade de intercÃmbio entre cientistas e nÃo cientistas, o demasiado âapegoâ Ãs concepÃÃes modernas de ciÃncia e, consequentemente, à manutenÃÃo de dualismos cartesianos tais como: laboratÃrio x sociedade; sujeito x objeto, fato x valor e natureza x cultura. Por conseguinte, pudemos interpretar que, afora o vitalismo religioso circundante, um certo vitalismo proveniente do prÃprio coraÃÃo da ciÃncia brasileira pode ter sido, paradoxalmente, a maior fonte para tantas controvÃrsias

ASSUNTO(S)

antropologia embriÃes humanos embryons humains nature x culture natureza x cultura vitalisme anthropologie symÃtrique vitalismo lei de bioseguranÃa brasileira antropologia simÃtrica loi de biosÃcurità brÃsilienne

Documentos Relacionados