Entre o engajamento e o desbunte: resistencia e deboche no Pasquim (1969-1979)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Apresentamos neste estudo algumas considerações acerca da atuação do semanário Pasquim no Brasil, de 1969 a 1979. Assinalando sua importante participação para o entendimento da cultura brasileira no período, retomamos o estilo, a linguagem e representações veiculadas através dos recursos à irreverência e ao deboche que, utilizados como alternativa de resistência às formas tradicionais de se fazer política e crítica social, produziram uma ácida crítica aos costumes instituídos, desafiando as imposições políticas e burlando o autoritarismo cotidiano. Apontamos com a releitura do Pasquim a tentativa de formulação de um novo conceito de política pautado na retomada de aspectos subjetivos inerentes à experiência política, na valorização do cotidiano, na politização das relações pessoais e do comportamento, na afirmação das experiências particulares de vida, baseada na critica as noções tradicionais de representação política (partidária ou sindical) pela diluição que causavam às especificidades e assinalando a necessidade de se falar de uma condição própria de vida. Através do diálogo com o ideário contracultural, adaptado à realidade brasileira, relemos no Pasquim seu engajamento e desbunde, a proposta inovadora de intervir a partir dos instrumentos mais inusitados, mas que dessem a ver outras possibilidades de perceber e expressar a realidade, para além daquelas forjadas em versões prontas e modelos ultrapassados.

ASSUNTO(S)

o pasquim (jornal). história teses. brasil historia 1964-1985.

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