Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
AUTOR(ES)
Sampaio, Mariá Lanzotti; Bispo Júnior, José Patrício
FONTE
Trab. educ. saúde
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-01
RESUMO
Resumo O objetivo foi analisar a trajetória das políticas de saúde mental no Brasil. Realizamos a sistematização dos períodos históricos com base na análise dos contextos sociopolítico, de organização do sistema de saúde e das características da atenção em saúde mental. Identificamos sete períodos desde a institucionalização da loucura, no período imperial, até 2019. A trajetória da política revela um processo de disputa de concepções epistemológicas e simbólicas sobre a loucura e o adoecimento mental, que em interação com outros fatores contextuais influenciam os modelos assistenciais e as práticas de cuidado. Posteriormente, discutimos a pluralidade de abordagens da desinstitucionalização no cenário internacional e as influências sobre o modelo de saúde mental proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apresentamos uma síntese da ideia de desinstitucionalização considerando as várias dimensões que envolvem a perspectiva abrangente do termo. Por fim, refletimos sobre os avanços e desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apesar das significativas conquistas, persistem problemas relacionados ao financiamento, à estigmatização, à frágil articulação intersetorial e à reprodução da lógica manicomial nos serviços substitutivos. Além disso, as atuais mudanças na Política Nacional de Saúde Mental constituem-se como principais ameaças ao modelo desinstitucionalizante.
Documentos Relacionados
- Saúde mental, arte e desinstitucionalização: um relato estético-poético-teatral de uma ocupação da cidade
- A perspectiva da desinstitucionalização: chaves de leitura para compreensão de uma política nacional de saúde mental alinhada à reforma psiquiátrica
- Identidade social e desinstitucionalização: um estudo sobre uma localidade que recebe residências terapêuticas no Brasil
- FAMÍLIA E DESINSTITUCIONALIZAÇÃO: IMPACTO DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL E DA SOBRECARGA FAMILIAR
- Ser, estar e habitar a desinstitucionalização da saúde mental brasileira