Entre nÃias, playboys e a galera da vila: uma etnografia das relaÃÃes sociais entre jovens na periferia de Paranaguà â PR / Between noias, playboys and the galera da vila: a ethnografy of social relations between young people in the perifery of Paranaguà (Brasil)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/08/2012

RESUMO

Essa dissertaÃÃo à o resultado final de uma pesquisa que teve como pressuposto a necessidade de investigar as dinÃmicas e prÃticas sociais de jovens no contexto de uma periferia urbana. Compreendendo que existe uma polifonia de sentidos para o tempo da juventude, a proposta foi relacionar os vÃrios modos de âser jovemâ aos desdobramentos decorrentes da experiÃncia de viver na periferia. A pergunta norteadora do trabalho foi: âque lugar o âviver na periferiaâ ocupa como gerador de experiÃncias de vida?â. O mÃtodo pelo qual se buscou essa resposta foi o etnogrÃfico, enfocando os modos de interaÃÃo dos jovens, suas prÃticas e valores, relaÃÃes com o mundo e representaÃÃes de si e do outro. O campo empÃrico da pesquisa foi o Parque SÃo JoÃo, bairro localizado na periferia da cidade de ParanaguÃ, ParanÃ. O trabalho de campo foi realizado em duas etapas, sendo que a primeira, de carÃter exploratÃrio, durou aproximadamente um mÃs e teve o objetivo de lapidar um prÃ-projeto de pesquisa. A segunda de carÃter definitivo se estendeu por trÃs meses e buscou acompanhar os jovens em suas interaÃÃes sociais cotidianas estabelecidas, inicialmente, no espaÃo da esquina do bairro. Os resultados obtidos atravÃs do relacionamento entre os conceitos de juventude e periferia, atravessados pela noÃÃo de experiÃncia social, demonstraram que os jovens do grupo desenvolvem relaÃÃes ricas em sÃmbolos e significados, iniciando com a identificaÃÃo de uma discursividade marcante sobre os modos de vida no bairro, que ora à visto como âlugar de gente ruimâ, ora como ânossa vilaâ. Destaca-se ainda a necessidade de gerenciamento do estigma social de ser jovem pobre e morador de bairro perifÃrico, produzindo um olhar dicotÃmico de mundo orientado por pares de oposiÃÃo como rico versus pobre; âplayboyâ versus âvida locaâ; periferia versus centro. Dentro desse dinamismo os jovens constroem suas identidades sendo marcante a presenÃa do pertencimento local, âsomos da vilaâ. A presenÃa do elemento âdrogasâ tambÃm surgiu com forÃa orientando e gerando experiÃncias de vida entre os jovens. O envolvimento ou nÃo com o trÃfico estabelece a hierarquia dentro do grupo e o ethos masculino, consubstanciado na noÃÃo de âvida locaâ. Por fim, foram operacionalizadas as categorias cenÃrio, pedaÃo, mancha e circuito desenvolvidas por Magnani (2005) sendo possÃvel demonstrar, por meio da etnografia de uma noite de âcurtiÃÃoâ, que os jovens pouco circulam pela cidade, mantendo-se restritos ao lazer ofertado nos espaÃos da periferia. PorÃm, o pertencimento local nÃo impede os jovens de fazerem a experiÃncia da diferenÃa, que aparece quando frequentam o posto de gasolina nas imediaÃÃes da vila e quando se dedicam ao consumo de roupas de marcas famosas.

ASSUNTO(S)

juventude periferia experiÃncia identidade social lazer youth periphery experience identity leisure sociologia urbana condiÃÃes sociais conduta estilo de vida consumo

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