Entre júbilo e ruína: a perspectiva trágica de Nietzsche

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Trata-se de investigar por que razão Nietzsche afirma, em 1888, quando revisa sua obra (Ecce Homo), que para ser justo com O Nascimento da Tragédia será preciso esquecer algumas coisas, e, não obstante, insista, no mesmo escrito, em nomear-se o primeiro filósofo trágico isto é, o extremo oposto e o antípoda de um filósofo pessimista. Nietzsche elabora em O Nascimento da Tragédia uma teoria do trágico a partir da oposição e complementaridade entre apolíneo e dionisíaco, racionalismo e instinto, e na recusa da perspectiva pessimista. Desse modo, o objetivo da dissertação é discutir como a teoria da tragédia se modifica devido à ruptura com os dois inspiradores do primeiro momento da filosofia nietzschiana, Schopenhauer e Wagner talvez as tais coisas a serem esquecidas de O Nascimento da Tragédia e as implicações desta ruptura, que transforma a filosofia de Nietzsche em dissidente da tradição metafísica. Assim, percebe-se que há mais continuidade do que distanciamento no que concerne à definição de trágico, apenas anunciada em 1871. Da sentença do eterno retorno ao conceito de vontade de poder Nietzsche elabora uma perspectiva trágica, marcada pela celebração dionisíaca da vida, também representada através do pessimismo dionisíaco, definido no 370 da Gaia Ciência (1881-2), e da máxima do amor fati, enunciada no 276 da mesma obra; todos esses conceitos nietzschianos, discutidos nesta pesquisa, concentram, decisivamente, a idéia de aceitação e afirmação da vida, ou mais precisamente, o ocaso do herói trágico, entre júbilo e ruína

ASSUNTO(S)

trágico eterno retorno filosofia tragic love fate vontade de poder amor fati eternal return will of power

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