Entre a hegemonia e a polissemia: a Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS no contexto do Brasil contemporâneo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Uma das mais significativas propostas de democratização no campo das políticas públicas no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem demandando grandes esforços visando sua efetiva implementação, em um contexto de gritantes desigualdades sociais. Adotando o referencial da psicologia social de orientação sócio-construcionista, o estudo enfocou a Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS, oficializada em 2004, como mais uma tentativa de mudança das práticas setoriais para efetivação dos princípios e diretrizes do SUS. Considerando as interdependências entre as referidas proposições e o contexto sócio-político e cultural, o estudo objetivou identificar as construções discursivas próprias da Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS, considerando as posições de sujeito e as possibilidades de ação que ela oferece e o tipo de práticas que as construções discursivas promovem, no confronto com o cotidiano dos serviços de saúde. A implementação dessa proposta de transformação no Estado do Rio Grande do Norte e a forma como estão sendo percebidas pelas pessoas envolvidas, foram também estudadas em profundidade. A análise das informações, geradas através de consulta documental, observação participante e entrevistas, desvelou as inter-relações entre as práticas dos diversos atores, as condições de exercício das mesmas e os interesses e relações de poder, locais e translocais, em jogo, segundo a proposta metodológica da Etnografia Institucional. A descontinuidade das políticas públicas no Brasil, a priorização de interesses institucionais e pessoais, em detrimento dos processos de construção coletiva de práticas transformadoras, além da desresponsabilização dos envolvidos com a efetivação das propostas, foram alguns dos entraves evidenciados. A hegemonia do modelo biomédico no conjunto da sociedade, e as práticas individuais e curativas dele derivadas foram criticadas de forma contundente. A reflexividade e o dialogismo emergiram como estratégias para uma ação transformadora, propiciando a desnaturalização das práticas vigentes e dos valores e pressupostos que as sustentam

ASSUNTO(S)

health practices intersubjetividade dialogism etnografia institucional national policy for permanent education in health for the unified health system (sus) psicologia social institutional ethnography intersubjectivity práticas de saúde política de educação e desenvolvimento para o sus dialogismo

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