ENSINO DE LÍNGUAS COMO PALCO DE POLÍTICA LINGUÍSTICA: MOBILIZAÇÃO DE REPERTÓRIOS SOBRE GÊNERO,

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-12

RESUMO

RESUMO Com o objetivo de discutir que o ensino de línguas é palco de política linguística (RAJAGOPALAN, 2011), começamos este artigo ressaltando que políticas linguísticas e educacionais são discursos e textos produzidos por múltiplas fontes e resultantes de muitas disputas (LOPES, 2006). Exemplificamos dois desses campos em disputa nos valendo do mais recente texto legal da Educação Básica, a Base Nacional Comum Curricular. O primeiro campo se refere ao estabelecimento da língua inglesa como componente curricular obrigatório da área de Linguagens nos Anos Finais do Ensino Fundamental, e o segundo, à supressão dos termos gênero e orientação sexual do documento. Argumentamos também que as políticas influenciam, mas não determinam o que acontece nas práticas escolares (LOPES, 2006) e recorremos a Biesta (2015) para salientar que, em última instância, cabe às/aos professoras/es as decisões sobre os três propósitos educacionais - qualificação, socialização e subjetificação -, pelo fato de lidarem constantemente com situações novas que exigem julgamento contextual. Em seguida, evidenciamos que o enfoque do nosso grupo de pesquisa tem sido nos domínios subjetificação e socialização e que temos nos fundamentado em teorizações da Linguística Aplicada Crítica, da Pedagogia Queer e do Pensamento Decolonial. Por fim, apresentamos um breve recorte desse nosso trabalho, retirado de uma pesquisa de mestrado, cujo contexto foi uma sala de aula de língua inglesa de uma escola pública de Goiânia (HOELZLE, 2016). Esse recorte, em que identidades de gênero são problematizadas, evidencia que, ao privilegiar a subjetificação e a socialização, não estamos fortalecendo o inglês, mas sim as pessoas que usam essa língua.

ASSUNTO(S)

ensino de línguas política linguística/educacional gênero subjetificação

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