Ensaios de tratabilidade aplicados a determinação de parâmetros para dimensionamento de processos de tratamento de água de manancial eutrofizado

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/12/2010

RESUMO

A eutrofização é um processo cada vez mais presente nos mananciais situados no nordeste brasileiro. Entre as principais conseqüências destas alterações nos níveis tróficos da água de um manancial destaca-se o acréscimo de complexidade ao tratamento para potabilização. Mediante a estas considerações, este trabalho teve como objetivo definir, em escala de laboratório, produtos e condições operacionais a serem empregadas em etapas de tratamento utilizando água bruta do açude Gargalheira, RN, Brasil. O açude em questão demonstra um número de cianobactérias elevado, apresentando uma concentração de células/ml superior aos níveis estabelecidos pela Portaria MS n 518/04. O mesmo, ainda foi considerado pelo órgão ambiental do estado no ano de 2009 como hipereutrófico. Os ensaios estáticos desenvolvidos neste trabalho simularam filtração direta (filtros de laboratório), préoxidação com cloro e adsorção por carvão ativado pulverizado. Foram avaliados os coagulantes hidróxicloreto de alumínio (HCA) e sulfato de alumínio granulado (SA). O desenvolvimento da pesquisa buscou otimização das condições de mistura rápida, das dosagens de coagulantes e pHs de coagulação com a construção de diagramas. As interferências da taxa de filtração e a granulometria do meio filtrante foram avaliadas e testaram-se dosagens e tempos de contato com cloro e com o carvão ativado. Com os resultados da caracterização da água bruta foi possível identificar no manancial a presença de um pH elevado (7,34). A cor verdadeira foi significativa (29 uH) em relação à cor aparente e turbidez (66 uH e 13,60 uNT), refletindo-se nas medidas de matéria orgânica: MON (8,41 mg.L-1) e Abs254 (0,065 cm-1). A otimização da mistura rápida definiu o tempo de 17, gradiente de velocidade de 700 s-1 na coagulação com HCA e tempo de 20, gradiente de velocidade de 800 s-1 para o SA. Granulometrias menores da areia do meio filtrante favoreceram o tratamento e a variação na taxa de filtração não interferiu de forma significativa na eficiência do processo. A avaliação das etapas de tratamento verificou a adequação aos padrões de cor aparente e turbidez da Portaria MS 518/2004 tomando como base os valores médios encontrados na água bruta. No tratamento utilizando o HCA por filtração direta, a potabilidade para a cor aparente pode ser atingida com uma dosagem de 25 mg.L-1. Adicionando a etapa de préoxidação o padrão foi atingido com dosagem reduzida para 12 mgHCA.L-1. Para a turbidez a potabilidade foi obtida na filtração direta quando a dosagem supera 25 mg.L-1 de HCA. Com etapa de préoxidação há a possibilidade de redução da dosagem para 20 mg.L-1 de coagulante. O acréscimo da adsorção em CAP, promoveu a potabilidade para os dois parâmetros, com dosagem ainda menor, 13 mg.L-1 de HCA. Coagulando com SA a remoção necessária para o parâmetro de cor aparente foi atingida com préoxidação e dosagem de 22 mgSA.L-1. Apesar de apresentar bons resultados o tratamento com o sulfato de alumínio não foi capaz de fornecer água com turbidez menor que 1,00 uNT mesmo com a utilização de todas as etapas de tratamento

ASSUNTO(S)

engenharia sanitaria jarteste preoxidação adsorção água tratamento de água jar test pre-oxidation adsorption and water treatment

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