Enredando Campina Grande nas teias da cultura : (des)inventando festas e (re)inventando a cidade. 1965-2002

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente estudo objetiva historicizar um problema, qual seja: como foi possÃvel que Campina Grande deixasse de ser nomeada como a âCapital do Trabalhoâ para passar a ser dita e vista como âCapital culturalâ, âcidade vocacionada para o turismo de eventosâ num curto perÃodo de tempo que compreende dos anos finais da dÃcada de 60 do sÃculo passado ao ano 2002 deste sÃculo? Neste sentido, o presente trabalho busca apresentar quais foram as condiÃÃes histÃricas de possibilidade deste deslocamento. E para tanto, elegemos como porta de entrada para narrar esta histÃria as festas de matriz carnavalesca â o carnaval e a Micarande, âcarnaval fora de Ãpocaâ â produzidos na cidade neste perÃodo. Fazemos isto por acreditarmos que estas festas, juntamente com os festejos de SÃo JoÃo na cidade, a partir de um determinado momento da histÃria de Campina Grande passam a ser apresentadas como acontecimentos espetaculares da e na histÃria da cidade, ou pelo menos à isto que alguns discursos querem fazer crer. Buscamos, portanto, historicizar a invenÃÃo destas festas, tentando mostrar as relaÃÃes de e entre poder e saber que se encontram na sua fundaÃÃo. Buscando mostrar que sÃo produtos de interesses polÃticos, econÃmicos, sociais e culturais de variadas instituiÃÃes e segmentos da sociedade local, que sÃo efeitos de relaÃÃes de forÃas que pÃe em jogo e movimentam estratÃgias que tentam articulÃ-las ao nome e a imagem da prÃpria cidade. E que para se instituÃrem tentam a todo custo silenciar, mascarar, embotar ou atà mesmo âmatarâ aqueles que se colocam como o outro nas correlaÃÃes de forÃa com que se defrontam. Tentamos assim, apresentar tambÃm os outros projetos e significados atribuÃdos e construÃdos para a cidade, mas que no acaso da luta foram silenciados, vencidos, incorporados pelo projeto âvencedorâ ou que atà mesmo continuam as expensas dos discursos e projetos vencedores, a margem das prÃticas aceitas e legitimadas pela sociedade local. E fazemos isto enovelando nesta narrativa determinadas fontes, como, por exemplo, os jornais escritos, DiÃrio da Borborema e Jornal da ParaÃba, livros de memÃria, depoimentos orais, discursos oficiais etc. Enfim, à com e a partir deste material que historicizamos este problema e tentamos apontar respostas satisfatÃrias para o mesmo.

ASSUNTO(S)

memÃria cultural campina grande not so big discurso campina grande (pb) historia memories discourses histÃria festas populares parties

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