Enfermeiros-homens: Uma nova identidade em construção

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Esta pesquisa enfoca a presença dos homens na Enfermagem, buscando conhecer quem são e quem querem ser enquanto pessoas e profissionais. As histórias e projetos de vida de quatro sujeitos graduados nas três últimas décadas, e de um acadêmico atual foram analisadas, utilizando-se da metodologia qualitativa, buscando-se desvelar as políticas de identidade presentes e/ou emergentes nessa realidade, e as possibilidades emancipatórias, tendo-se como referenciais teóricos os estudos de Ciampa e de Habermas. Por meio da categorização de quatro histórias de vida e do aprofundamento do estudo do sujeito considerado emblemático na quinta narrativa, verificamos que esses enfermeiros-homens ingressaram na Enfermagem por opção e influenciados pela família, além de considerarem como alternativa viável de trabalho. Encarnaram personagens de provedores demonstrando a re-posição dessa personagem na construção da identidade. Consolidam a ideologia do saber para mandar, reforçando os grupos hegemônicos do poder nas instituições de saúde. Acreditam que seu acesso à profissão contribuirá para o reconhecimento social almejado, reforçando as ideologias da eficiência, do profissionalismo, da cientificidade, do patinho feio em relação à categoria médica, vivenciando a personagem super-enfermeiros-superhomens, que igualmente assola as mulheres na Enfermagem há mais de um século, como super-enfermeiras-super-mulheres. Comungam com o modelo de assistência voltado para o atendimento do mercado tecnicista, sem projetos inovadores quer para o espaço de trabalho em que se inserem, quer para posturas coletivas que busquem mudanças. Acreditamos que a superação dos conflitos apontados pelo estudo pode se dar progressivamente, intersubjetivamente e objetivamente, concretizando em conquista de espaços e de poder, acompanhada pela auto-reflexão para escolhas conscientes, pautando-se na busca do entendimento nas relações sociais. Consideramos essencial a discussão para além da cientificidade, competência, gênero ou poder. É necessária uma contínua e progressiva negociação permeada pela ética e pela moral, uma política de identidade voltada para enfrentamentos dos paradigmas tecnicistas, dominantes e desumanizadores, tanto para clientes quanto para os agentes de saúde desse contexto

ASSUNTO(S)

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