Endozoocoria por Didelphis albiventris Lund, 1840 (Mammalia, Didelphimorphia) em remanescente de Floresta Estacional Semidecidual no sul do Brasil
AUTOR(ES)
Junges, Susana de Oliveira, Consatti, Guilherme, Périco, Eduardo, Bordignon, Sérgio Augusto de Loreto, Freitas, Elisete Maria de, Cademartori, Cristina Vargas
FONTE
Biota Neotrop.
DATA DE PUBLICAÇÃO
07/12/2017
RESUMO
Resumo A dispersão de sementes é um processo fundamental à manutenção de ecossistemas florestais, favorecendo o sucesso germinativo de plantas em locais adequados ao seu crescimento, minimizando a competição, a ação de patógenos e a predação por herbívoros. Variações intra-específicas e sazonais no consumo de frutos por Didelphis albiventris, bem como sua contribuição à dispersão e germinação de sementes endozoocóricas foram avaliados em Floresta Estacional Semidecidual. O estudo foi realizado no Morro do Coco, localizado no município de Viamão, RS às margens do Lago Guaíba (30º16’15”S, 51º02’54”W), entre junho de 2013 a maio de 2014, resultando em um esforço amostral de 2992 armadilhas-noite. Foram capturados 18 indivíduos e coletadas 24 amostras fecais. Frutos estiveram presentes em 96% das amostras e corresponderam a 18 espécies vegetais, pertencentes a 10 famílias. As espécies mais frequentes foram Ficus cestrifolia e Syagrus romanzoffiana, que ocorreram em 66% das amostras, seguidas de Banara parviflora e Cecropia pachystachya, ambas com 25% de ocorrência. Machos e fêmeas não diferiram quanto à riqueza de frutos consumidos (t = 0.083; DF = 32; p = 0.934), o que também não variou sazonalmente (H = 3.165; p = 0.367). A maior amplitude de nicho trófico ocorreu no verão, registrando-se duas vezes mais frutos na dieta do que no outono, estação com a menor amplitude. Tanto a porcentagem quanto a velocidade de germinação das sementes de Ficus cestrifolia e Psidium sp. aumentaram após a passagem pelo trato digestório do animal (a porcentagem de germinação aumentou mais de 40% e a velocidade foi até 7 vezes maior). Didelphis albiventris pode ser considerada uma espécie frugívora-onívora, uma vez que frutos representam um item importante na dieta, e contribui para a dispersão de grande quantidade de sementes endozoocóricas pequenas, aumentando tanto o percentual quanto a velocidade de germinação de algumas espécies.
ASSUNTO(S)
gambá-de-orelha-branca indutor de sementes marsupial mata atlântica zoocoria
Documentos Relacionados
- Variabilidade genética de populações de gambá do orelha branca, Didelphis albiventris Lund 1840 (Didelphimorphia; Didelphidae) no Brasil
- A dieta dos morcegos frugívoros (Mammalia, Chiroptera, Phyllostomidae) de um pequeno remanescente de Floresta Estacionai Semidecidual do sul do Brasil
- Diversidade e potencial zoonótico de parasitos de Didelphis albiventris Lund, 1841 (Marsupialia: Didelphidae)
- Gambá: Didelphis albiventris (Lund, 1840) - (White-eared opossum)
- Área de vida e uso de espaço por Didelphis Albiventris Lund, 1840 (Marsupialia, Didelphidae) na Ilha Mutum, Rio Paraná, Mato Grosso do Sul, Brasil