Endotelização in vivo das biopróteses cardíacas: preservação convencional versus não-aldeídica
AUTOR(ES)
Nina, Vinicius José da Silva, Pomerantzeff, Pablo Maria Alberto, Casagrande, Ivan Sérgio Joviano, Chung, David, Brandão, Carlos Manuel de Almeida, Nascimento, Sérgio Antonio Barbosa do, Benvenuti, Luiz Alberto, Oliveira, Sérgio Almeida de
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-06
RESUMO
OBJETIVO: O revestimento endotelial in vitro das biopróteses com células do hospedeiro parece ter ação protetora contra a calcificação, trombose, inflamação e o desgaste mecânico. O objetivo deste estudo é analisar o potencial para endotelização in vivo com um processo alternativo de preservação tecidual (L-HydroTM). MÉTODO: A preservação L-Hydro consiste na extração controlada de substâncias antigênicas pela ação do polietilenoglicol e na incorporação de um agente antiinflamatório e antitrombótico. Para testar a re-endotelização in vivo, foram implantadas em posição mitral de ovelhas jovens sete próteses porcinas L-Hydro (grupo teste) e três convencionais preservadas com glutaraldeído (GA - grupo controle). Estas próteses foram explantadas com 150 dias após avaliação ecocardiográfica e angiográfica. A avaliação histológica consistiu em microscopia de varredura e transmissão, e imuno-histoquímica (von Willebrand) para detecção da presença e viabilidade das células endoteliais, respectivamente. Utilizou-se o teste-t não pareado para análise estatística. RESULTADOS: Não houve diferença hemodinâmica significativa nos dois grupos (p>0.05). Entretanto, a microscopia mostrou no grupo teste um revestimento endotelial quase completo formado por células confluentes, viáveis com expressão do fator vW, as quais encontravam-se em contato direto com a matriz colagênica subjacente. No grupo controle (GA), as superfícies valvulares estavam recobertas por fibrina, macrófagos, cálcio, material trombótico e células endoteliais esparsas com expressão fraca do fator vW, e com pouco contato direto com o colágeno. CONCLUSÕES: Estes dados indicam que o processo L-HydroTM permite endotelização espontânea com boa adesividade celular à matriz colagênica, o que favoreceria maior durabilidade às biopróteses porcinas.
ASSUNTO(S)
bioprótese prótese das valvas cardíacas glutaral
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