Endoscopia com magnificação de imagem, cromoscopia e uso do ácido acético no esôfago de Barrett / Magnification endoscopy with chromoscopy and acetic acid in Barretts oesophagus

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Esôfago de Barrett é definido como a substituição do epitélio escamoso normal por epitélio colunar com metaplasia intestinal especializada (MIE), tendo como causa a persistência do refluxo gastro-esofágico. Seu diagnóstico é baseado na identificação endoscópica e na confirmação histológica da presença de MIE. Esôfago de Barrett é a principal causa do desenvolvimento do adenocarcinoma esofágico. Aos pacientes com esôfago de Barrett é recomendada vigilância endoscópica com biópsias seriadas tentando-se diagnosticar, precocemente, lesões precursoras ou o adenocarcinoma em estágio precoce e factível de resposta à terapia. O aumento da incidência do adenocarcinoma tem contribuído para o estudo de novas técnicas endoscópicas visando melhorar a detecção destas lesões. Este estudo foi realizado objetivando-se avaliar a eficácia da cromoscopia com azul de metileno, associada a magnificação de imagem com ácido acético, na detecção de MIE, displasia e adenocarcinoma. Prospectivamente, 35 pacientes com diagnóstico de esôfago de Barrett em acompanhamento ambulatorial, com extensão superior a 2,0 cm, realizaram dois exames de endoscopia digestiva alta, sendo um convencional com biópsias seriadas e um segundo com aplicação de azul de metileno, seguida do ácido acético, magnificação de imagem e biópsias. Realizaram-se biópsias adicionais de qualquer alteração do relevo mucoso. A freqüência diagnóstica da metaplasia intestinal especializada foi de 71,4% e 77,1% para biópsias orientadas pelo método convencional e pelo método da cromoscopia/magnificação de imagem, respectivamente (p=0,41). Freqüência de displasia ou adenocarcinoma foi de 9% para as biópsias orientadas pelo método convencional e 6% para biópsias orientadas pela cromoscopia/magnifcação de imagem. Tanto os pacientes com displasia de alto grau quanto aqueles com adenocarcinoma apresentaram alterações em sua superfície mucosa visíveis em ambos os métodos endoscópicos. A sensibilidade e a especificidade da cromoscopia, quando avaliamos as áreas coradas em detectar MIE foi de 88% e 50%, respectivamente. A sensibilidade e a especificidade das áreas não coradas em detectar displasia e/ou adenocarcinoma foi de 75% e 100%, respectivamente. A sensibilidade e a especificidade da magnificação de imagem, quando avaliamos as áreas com padrão viliforme em detectar MIE foi 88% e 50%, respectivamente. Tanto a sensibilidade quanto a especificidade das áreas com padrão amorfo em detectar displasia e/ou adenocarcinoma foi de 100%. A sensibilidade e a especificidade da cromoscopia/magnificação de imagem, para padrão corado e viliforme, em detectar MIE foi de 83% e 50%, respectivamente. Já a sensibilidade e a especificidade das áreas não coradas e com padrão amorfo em detectar displasia e/ou adenocarcinoma teve seu cálculo prejudicado pela pequena amostra estudada. Na comparação dos dois métodos empregados, verificaram-se resultados similares na detecção de metaplasia intestinal, displasia e câncer. A realização de cromoscopia/magnificação de imagem proporcionou: alta sensibilidade e baixa especificidade na detecção da metaplasia intestinal especializada e baixa sensibilidade e alta especificidade na detecção de displasia ou adenocarcinoma. Alterações da superfície mucosa corresponderam as áreas neoplásicas.

ASSUNTO(S)

neoplasias intestinais/diagnóstico risk factors endoscopy digestive system/methods Ácido acético/uso diagnóstico metaplasia/diagnóstico acetic acid/diagnostic use intestinal neoplasms/diagnosis barrett esophagus/diagnosis fatores de risco metaplasia/diagnosis methylene blue/diagnostic use endoscopia do sistema digestivo/métodos esôfago de barrett/diagnóstico azul de metileno/uso diagnóstico

Documentos Relacionados