Endogamia na Raça Holandesa no Brasil / Inbreeding on Holstein breed in Brazil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A realização deste trabalho teve como objetivo avaliar as tendências da endogamia na raça Holandesa e estudar os seus efeitos sobre a produção de leite. O arquivo de pedigree utilizado nas análises era composto por 248.141 animais da raça Holandesa nascidos entre 1960 e 2002. 98.524 observações de primeira lactação. O arquivo de lactações foi editado para manter animais com idade ao parto entre 18 e 24 meses, ano de nascimento entre 1981 e 2002, ano de parto entre 1984 e 2004, composição racial puras de origem e puras por cruza resultando em 98.524 observações de primeira lactação. O coeficiente de endogamia foi calculado para cada animal utilizando-se o programa MTDFREML. Adicionalmente foram calculados Tamanho Efetivo de População (Ne) e intervalo de geração. A sobreposição de gerações é freqüente em bovinos, tornando-se necessário inferir a que geração os indivíduos pertencem para estudar a tendência da endogamia. Para isso, utilizou-se o coeficiente de geração. O modelo utilizado na análise considerou os efeitos fixos rebanho-ano, grupo genético e estação de parto; e as covariáveis endogamia e idade ao parto. Para obter as soluções dos efeitos fixos foi utilizado o programa BLUPf90. Constatada a significância do efeito da endogamia, foi feita análise de regressão da característica produção de leite na primeira lactação incluindo efeitos linear e quadrático dos coeficientes de endogamia. Os resultados indicam que 320.712 animais com um coeficiente de endogamia (F) de 0,38%, dos quais 53.411 apresentaram valores positivos de F, e o F médio foi de 2,30% com variação de 0,01% a 31,20%. O F considerando apenas os animais endogâmicos decresceu tanto quando analisado por ano quanto por geração. Apenas 16,65% dos animais da população eram endogâmicos (53.411 animais). Quando analisado a evolução do número de animais endogâmicos em relação à população total, tanto por ano como por geração, houve uma tendência de aumento na quantidade de animais endogâmicos. Por ano de nascimento, a maior percentagem de animais endogâmicos foi 43,50% foi em 1998, depois houve uma tendência de redução até o ano de 2002, quando foram observados 31% de animais endogâmicos. Os valores do Ne foram acima do recomendado (40 por geração) nas quatro primeiras gerações. O intervalo de geração Touro Filho foi maior em relação aos demais (Touro Filha, Vacas Filho, Vacas Filha). Analisando somente os animais que possuíam dados de produção, foi encontrado valores de F acima da média da população (6,23%). De todas as fontes de variação utilizadas no modelo estatístico proposto, somente o efeito quadrático das classes de endogamia não foi significativo. O coeficiente de regressão linear encontrado foi - 22,60 kg para cada 1% de aumento no coeficiente de endogamia com coeficiente de determinação de 55,24%. As médias de endogamia para a população de animais da raça Holandesa no Brasil podem ser consideradas baixas, tanto para a população total quanto a de animais endogâmicos. Apesar dos níveis atuais serem baixos, a endogamia afetou de forma significativa a produção de leite na primeira lactação.

ASSUNTO(S)

genetica e melhoramento dos animais domesticos gado holandês consagüinidade endogamia inbreeding holstein breed

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