Emissões deC-CO2 de longo prazo e a mineralização do carbono dos resíduos culturais em um latossolo sob diferentes sistemas de preparo e rotação de culturas

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Ciência do Solo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-06

RESUMO

A emissão de C-CO2 do solo é considerada um indicador sensível dos impactos de sistemas de manejo sobre a matéria orgânica do solo (MOS). Nos sistemas agrícolas, as principais fontes de C-CO2 são as decomposições dos resíduos culturais e da MOS, além da respiração das raízes das culturas e da biota do solo. O principal objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de sistemas de preparo do solo e culturas nas emissões de longo prazo de C-CO2 do solo e sua relação com a mineralização do carbono (C) de resíduos culturais. Este estudo foi desenvolvido em experimento de longa duração, em Latossolo Vermelho distrófico típico, de ocorrência na região de Cruz Alta, RS, Brasil. O clima é o subtropical Cfa, segundo a classificação de Köppen, com precipitação pluvial anual média de 1.744 mm e temperatura média anual de 19,2 ºC. Os tratamentos investigados foram dois sistemas de preparo - convencional (PC) e plantio direto (PD) - e três sistemas de culturas: R0- sucessão de monoculturas (trigo/soja); R1- rotação de culturas de inverno (aveia-preta/soja/trigo/soja); e R2- rotação intensiva de culturas (aveia-preta/soja/aveia-preta+ervilhaca/milho /nabo forrageiro/trigo/soja). O efluxo de C-CO2 do solo foi avaliado em intervalos fixos de 14 dias, durante dois anos (48 avaliações), por meio da captura do dióxido de carbono em solução alcalina. A umidade gravimétrica do solo, na camada de 0-0,05 m, foi determinada concomitantemente com as medições de C-CO2. Ainda, foi avaliada a taxa de liberação do C dos resíduos culturais utilizando o método dos sacos de decomposição, com amostragens aos 14, 28, 56, 84, 112 e 140 dias após o início das avaliações de mineralização do C. Foram utilizados quatro índices de conservação do C para avaliar a relação entre as emissões de C-CO2 e estoques de C e seus compartimentos no solo. A mineralização do C dos resíduos culturais no tempo seguiu o modelo exponencial. Para os resíduos de aveia-preta, trigo e milho, a mineralização do C foi maior no CT do que no PD, enquanto para a soja foi semelhante entre os sistemas de preparo do solo. A umidade do solo foi maior sob PD do que no PC, especialmente no segundo ano de avaliação. Não houve diferença na emissão média anual de C-CO2 entre sistemas de preparo; diferenças foram observadas apenas em algumas avaliações individuais. As emissões de C-CO2 seguiram padrão bimodal, com picos nos meses de outubro-novembro e fevereiro-março. As maiores emissões de C-CO2 foram registradas no verão, e as menores, no inverno. As emissões de C-CO2 apresentaram baixa correlação com a temperatura do ar e não foram influenciadas pela umidade do solo. Com base nos índices de conservação de C investigados, o PD associado à rotação intensiva de culturas foi mais conservador de C do que o PC com sucessão de culturas.

ASSUNTO(S)

sistemas de manejo plantio direto preparo convencional gases de efeito estufa

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