Embracement in Primary Health Care: surfing and diving into discourses and practices produced in the everyday activities in a Family Health Care / Acolhimento na atenção básica : navegações e mergulhos nos discursos e práticas produzidos no cotidiano de uma Unidade de Saúde da Família

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/03/2009

RESUMO

Esta pesquisa abrange os processos de produção de saúde, tendo como objeto de estudo os discursos e práticas de saúde relacionados ao acolhimento. O contexto de análise é a Atenção Básica do município de Vitória/ES e o campo de pesquisa, o cotidiano da Unidade de Saúde da Família da Ilha do Príncipe. O estudo utilizou como referência os aportes teóricos da Análise Institucional e da Saúde Coletiva. Buscou-se analisar o modo como os trabalhadores fazem acolhimento no cotidiano do serviço, além de escutar as concepções e os discursos produzidos a respeito, na relação com suas práticas cotidianas, o que inclui os processos de trabalho e as interações com os usuários. Para isso, utilizou-se a Cartografia como estratégia metodológica. Os dados foram produzidos no período de fevereiro a setembro de 2008, por meio de observação, diário de campo e entrevistas realizadas com usuários e trabalhadores da USF. Os resultados produzidos expressam que o processo de trabalho e sua gestão são fragmentados e burocratizantes. Há intenção dos trabalhadores de rever os processos de trabalho, entretanto, isto encontra obstáculos na prática. No tocante ao acolhimento, a exigência que os trabalhadores sofrem para que atendam a uma certa produtividade é um aspecto que compromete a qualidade da relação entre as equipes e destas com o usuário, afetando o atendimento às necessidades destes e a própria oferta de ações de saúde. As necessidades que os trabalhadores esperam acolher estão circunscritas à doença ou sintoma manifesto fisicamente. Demonstrou-se que ir ao serviço para conversar constitui-se em uma demanda valorizada pelos usuários, sendo acolhida por alguns trabalhadores. Evidenciou-se que a comunicação nas equipes é restrita às discussões de questões administrativas e procedimentos. A hierarquização entre os níveis de formação contribui para entender o acolhimento como uma atividade ou procedimento que é atribuição de uma categoria específica (auxiliares de enfermagem), a qual supõe-se, tem capacidade técnica para fazê-lo no ato de recepção do usuário. Constatou-se que as ações de saúde não são pactuadas com os usuários, de modo que o PSF não garante o acolhimento. Porém, os tensionamentos nas relações cotidianas entre trabalhador e usuário favorecem a problematização do acolhimento como ação que pode ultrapassar a recepção. Fica evidente a necessidade de reorganização dos processos de trabalho e de se engendrar subjetividades por uma humanização que valorize os processos de singularização, de modo a se promover uma real democracia no acesso à saúde, na qualidade da assistência e na garantia dos princípios do SUS

ASSUNTO(S)

processos de trabalho em saúde acolhimento produção de subjetividade embracement production of subjectivity worker-user relationship psicologia relação trabalhador-usuário work processes in health

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