Embolia gordurosa grave no peroperatório de lipoaspiração abdominal e lipoenxertia

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-06

RESUMO

RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A Síndrome da Embolia Gordurosa (SEG) pode acontecer em pacientes vítimas de politrauma (fratura de ossos longos) ou operações plásticas (lipoaspiração), comprometendo circulação, respiração e/ou sistema nervoso central. O presente relato mostra evolução de SEG grave após lipoaspiração e lipoenxertia. RELATO DO CASO: SSS, 42 anos, ASA 1, sem fatores de risco para trombose, candidata a lipoaspiração abdominal e implante de prótese mamária. Submetida à anestesia geral balanceada com monitorização básica e ventilação controlada. Após 45 minutos de procedimento, houve queda súbita e progressiva da capnometria, hipoxemia e hipotensão grave. Imediatamente foi monitorizada com PAM e cateter central, tratada com vasopressores, inotrópicos e infusão de cristaloides, obtendo estabilização do quadro. Amostra sanguínea arterial mostrou pH = 7,21; PCO2 = 51 mmHg; PO2 = 52 mmHg; BE = -8; HCO3 = 18 mEQ/l e lactato = 6,0 mmol/l. Ecocardiograma transtorácico mostrou PSAP = 55 mmHg, VD hipocontrátil e FEVE = 60%. Diagnóstico de embolia pulmonar. Após24 h de tratamento intensivo, a paciente evoluiu com anisocoria e coma com escala de glasgow 3. Realizada TC de encéfalo que evidenciou isquemia cerebral grave, hemisférica, com sinais de êmbolos de gordura em A. cerebral média D; o ecocardiograma transesofágico mostrou forame oval patente. Finalmente, após 72 h de evolução, a paciente evoluiu para morte encefálica. CONCLUSÃO: A SEG ocorre geralmente em jovens. O tratamento baseia-se principalmente na infusão de líquidos e drogas vasoativas, ventilação mecânica e correção do fator desencadeante (fixação precoce de fraturas ou suspensão da lipoaspiração). O comprometimento multiorgânico indica pior prognóstico.

ASSUNTO(S)

embolia gordurosa peroperatório lipoaspiração

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