Em busca do refrão da diplomacia mediatizada: a construção discursiva de um Brasil megalonanico / Looking for the mediatised diplomacy refrain: a discursive constructition of a megalonanic Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/12/2011

RESUMO

A presente pesquisa tem por objetivo realizar uma análise da forma como o Brasil é retratado na imprensa nacional, em contraponto com a visão recebida de recentes publicações internacionais, com ênfase em uma diplomacia mediatizada, existente apenas como refrão de parte da imprensa nacional, que apresenta o país como um postulante nanico no cenário mundial. Leva-se em conta a atuação brasileira em casos que repercutem nessas duas esferas como fonte de notícia: a crise política de Honduras, as movimentações das forças de ajuda pós-terremoto no Haiti e a questão nuclear iraniana. Casos que, de certa forma, explicitam a oposição entre Brasil e Estados Unidos no campo diplomático e tornam públicas (publicáveis, ao menos) as novas atribuições (ou pretensões) brasileiras no rearranjo do poder em escala planetária. A pesquisa lança os seguintes questionamentos: por que o Brasil é apresentado na imprensa internacional (sob certa celebração) de maneira diferente da que se constata em parte da imprensa nacional (com reiterado desmerecimento)? E até que ponto esses enfoques se vinculam à figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? O quadro teórico-epistemológico conta com teorias que dão sustentação à análise do discurso jornalístico, sob as restrições estabelecidas por um contrato de comunicação (Charaudeau), e do contexto em que este se insere arena em que ocorre um embate entre o plurilinguismo e o monolinguismo (Lazzarato), local de constante ingerência dos meios, cujo ponto de vista tende a se impor sobre os demais em uma disfarçável condição de quarto poder (Virilio, Trivinho). Recorre-se também à sociologia do jornalismo (Neveu) de forma a desmistificar o jornalismo como agente defensor da democracia e relativizar o poder dos jornalistas. A análise dos casos estudados conta ainda com um histórico da atuação do Itamaraty (seus paradigmas e interesses), com destaque para as relações mantidas com os norte-americanos. Elegem-se, como corpus, publicações do jornal Folha de S. Paulo e de O Estado de S. Paulo, devido à abrangência e representatividade dos periódicos, sem, contudo, ignorar publicações de outros veículos em episódios que ganhem visibilidade, pois reforçarão o cotejo necessário. Na cobertura internacional, privilegiam-se notícias sobre esse novo Brasil (The Economist, Financial Times, Le Monde, El País, entre outros), bem como sua reverberação na cobertura nacional incluindo-se aí o espaço aberto ao então presidente brasileiro

ASSUNTO(S)

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