Elizandra Souza: escrita periférica em diálogo transatlântico
AUTOR(ES)
Castro, Sílvia Regina Lorenso
FONTE
Estud. Lit. Bras. Contemp.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-12
RESUMO
resumo Neste artigo, discuto as conexões entre vida e obra de Elizandra Souza, escritora associada à produção literária da periferia de São Paulo, no âmbito das discussões teóricas sobre diáspora africana, pensamento negro feminista e pensamento descolonial latino-americano. Argumento que Elizandra parte de uma formação identitária espiralar/sampleada que atravessa e expande as páginas do livro na sua materialidade impressa para construir uma ponte entre música (hip-hop), literatura (Punga e Águas da cabaça) e tecnologia (Rádio Comunitária Heliópolis). Ao fazê-lo, Elizandra instaura uma presença política que rasura e contesta o imaginário sobre o morador da periferia como o sujeito modalizado pela falta. Defendo ainda que não é possível entender a obra de Elizandra, nem a atual periferia brasileira se não for levada em consideração uma multiplicidade de elementos, tais como: os mecanismos alternativos de comunicação comunitária, a cultura hip-hop e os saraus. Meu argumento final é de que seu livro Águas da cabaça desafia uma centralidade masculina que tem se tornado predominante nas narrativas da e sobre a periferia, ao mesmo tempo que aponta uma aliança transatlântica com outras escritoras da diáspora africana.
ASSUNTO(S)
periferia gênero hip-hop poesia interseccionalidade
Documentos Relacionados
- JESSÉ SOUZA: UMA RECAÍDA NA INTERPRETAÇÃO DE MODERNIDADE UNIVERSAL?
- Paisagismo musical no nordeste brasileiro em quatro canções de Oswaldo de Souza: uma abordagem analítico-interpretativa
- ELOY DE SOUZA: UMA INTERPRETAÇÃO SOBRE O NORDESTE E OS DILEMAS DAS SECAS
- A Casa de Geraldo de Paula Souza: texto e imagem sobre um sanitarista paulista
- Galvez imperador do Acre, de Márcio de Souza: um "folhetim oficial" da história do Brasil