Eficácia relativa de porta-enxertos comerciais de tomateiro no controle da murcha-bacteriana
AUTOR(ES)
Lopes, Carlos A, Boiteux, Leonardo S, Eschemback, Vlandiney
FONTE
Hortic. Bras.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-03
RESUMO
A murcha-bacteriana causada por Ralstonia solanacearum é uma das principais doenças das solanáceas em climas tropicais. Historicamente limitante à produção de tomate na Região Norte do Brasil, passou a ser uma séria ameaça ao tomateiro também nas Regiões Sul e Sudeste após a expansão do cultivo protegido. Embora fontes de resistência à doença tenham sido identificadas em germoplasma de tomateiro, cultivares comerciais resistentes ainda não estão disponíveis no mercado. O uso de porta-enxerto comerciais de tomate tem se popularizado pelo fato de, além de proteger a planta contra a doença, reduzir o problema de incompatibilidade associada ao uso de espécies/gêneros diferentes. O objetivo deste trabalho foi avaliar, em casa de vegetação, os níveis de resistência à murcha bacteriana dos principais porta-enxertos comerciais de tomateiro, levando em conta a variabilidade patogênica de um conjunto de isolados de R. solanacearum. Foi observada uma clara distinção na incidência da doença entre os genótipos, e a reação foi do tipo isolado-dependente. Os porta-enxertos mais resistentes foram os híbridos 'Muralha' e 'Guardião', que não diferiram, para a maioria dos isolados, da linhagem 'Hawaii 7996' (padrão internacional de resistência) e apresentaram comportamento superior em relação aos híbridos 'Magnet' e 'Protetor'. Entretanto, todos os porta-enxertos avaliados sucumbiram à alta virulência do isolado CNPH 488 (Raça 1 / Biovar 2, coletado no estado do Paraná), que provocou a morte da totalidade das plantas. Quando avaliados em solo artificialmente infestado, com menor pressão de inóculo, 'Guardião' e 'Muralha' apresentaram, novamente, um desempenho significativamente superior ao de outros porta-enxertos. Os resultados obtidos reforçam que alguns porta-enxertos oferecem boa proteção do tomateiro contra a murcha-bacteriana sob condições normais de cultivo. Entretanto, em condições ambientais muito favoráveis à doença e/ou na presença de isolados muito virulentos, dificilmente o sistema de enxertia de tomateiro em tomateiro per se protegerá adequadamente a planta enxertada. Tal cenário exige medidas complementares e antecipadas de controle que visem a reduzir a população de R. solanacearum no solo ou escolha de ambiente menos propício à sua multiplicação.
ASSUNTO(S)
solanum lycopersicum ralsonia solanacearum resistência genética enxertia tomate.
Documentos Relacionados
- Eficiência da solarização e biofumigação do solo no controle da murcha-bacteriana do tomateiro no campo
- Eficiência da solarização e biofumigação do solo no controle da murcha-bacteriana do tomateiro no campo.
- Eficiência da solarização e biofumigação do solo no controle da murcha-bacteriana do tomateiro no campo
- Reação de porta-enxertos comerciais de tomateiro a Meloidogyne mayaguensis
- Efeito do acibenzolar-S-methyl sobre murcha-bacteriana do tomateiro