Eficacia da epinefrina, norepinefrina e angiotensina II na ressuscitação cardiopulmonar : estudo experimental na dissociação eletromecanica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

O aumento do tônus vascular periférico com drogas alfa-adrenérgicas é de vital importância para a elevação da pressão de perfusão coronariana (PPCor) e a restauração da circulação espontânea (RCE) durante as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Nós estudamos, comparativamente a um grupo placebo, a eficácia da Epinefrina (droga alfa-adrenérgica padrão), da Norepinefrina (droga alfa-adrenérgica alternativa) e da Angiotensina II (droga vasopressora não-adrenérgica) em aumentar a PPCor e as taxas de RCE, num modelo canino de dissociação eletromecânica (DEM) induzida por asfixia mecânica. Quarenta e oito animais mestiços, de ambos os sexos, pesando 12.3 +/- 3.7 Kg, pré-anestesiados com Inoval (2 mL) e anestesiados com tiopental (20 mg/Kg), foram entubados orotraquealmente e ventilados com ar (VC: 15-20mL/Kg; FR: 15/min). A pressão aórtica (P Ao), a pressão de átrio direito (PAD) e o eletrocardiograma (ECG) foram monitorizados continuamente. A parada cardíaca asfíxica foi induzida, pinçando-se o tubo endotraqueal ao final da expiração. Cinco minutos após a cessação das flutuações aórticas, a RCP manual a tórax fechado foi iniciada (1 VPPI alternada com 5 compressões torácicas rítmicas). Os animais, divididos em 4 grupos iguais, receberam então, IV em bolo, após 2 minutos de RCP básica: Salina, 10 mL (grupo A); Epinefrina, 0.1 mg/Kg (grupo B), Norepinefrina, 0.1 mg/Kg (grupo C) e Angiotensina II, 0.05 mg/Kg (grupo D). As manobras de RCP foram mantidas até a RCE ou até que 20 minutos houvessem passado. A asfixia induziu, num tempo de 5 a 11 minutos, PCR em DEM em todos os animais. Aos 2 minutos de RCP básica, os valores da PPCor mensurados nos grupos A, B, C e D foram, respectivamente: 8.3 +/- 6.9; 7.3 +/- 2.5; 5.8 +/- 2.3 e 7.3 +/- 3.1 mmHg (p=NS). Após a administração das drogas, os novos valores de PPCor mensurados nos mesmos grupos foram, respectivamente: 15.2 +/13.4; 17.7 +/- 10.5; 17.3 +/- 8.0 e 35.7 +/- 11.6 mmHg (P<0,001), grupo D em relação ao grupo A e demais grupos). A RCE foi obtida em 3/12 animais no grupo A (25%); 5/12 no grupo B (42%); 7/12 no grupo C (58%) e 11/12 animais no grupo D (92%). Diferença estatisticamente significante foi encontrada, comparando-se os grupos D e A (P<0,001). A Angiotensina II, na dose de 0.05 mg/Kg, mostrou-se significativamente eficaz em aumentar a PPCor e as taxas de RCE, enquanto a EPI e a NOR (0.1 mg/Kg) não se mostraram superiores ao placebo, neste modelo canino de RCP na DEM induzida por asfixia. Estes achados indicam a necessidade de maiores investigações quanto ao papel de drogas vasopressoras alternativas à Epinefrina para uso na RCP, especialmente as não-adrenérgicas, como a Angiotensina II.

ASSUNTO(S)

ressuscitação cardiaca adrenalina agentes simpatoliticos ressuscitação cardiopulmonar (primeiros socorros)

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