Effects of hiperbaric oxigenation in Plasmodium spp experimental infection / Efeitos da oxigenação hiperbarica na infecção experimental por Plasmodium spp

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A malária é sem dúvida a doença parasitária mais importante do mundo, infectando 300-500 milhões de pessoas e levando a óbito cerca de 1-2 milhões de indivíduos anualmente. Malária cerebral (MC) é o mais importante tipo de complicação nas infecções maláricas. MC é uma síndrome multifatorial, entretanto sua patogênese ainda não foi totalmente elucidada. Diversos estudos mostram a adesão de eritrócitos infectados (EI) no endotélio microvascular do hospedeiro. No entanto, várias evidências indicam que um desbalanço da resposta imune e da homeostase, acarretando numa elevada expressão de citocinas pró-inflamatórias também desempenham um papel importante na patogênese da MC. O modelo utilizando camundongos C57BL/6 infectados com Plasmodium berghei ANKA (PbA) parece ser o que mais se assemelha a MC humana, já que em ambos casos ocorre um aumento significativo de citocinas próinflamatórias, da destruição neuronal, da hemorragia cerebral e da concentração de lactato. A terapia de oxigenação hiperbárica (HBO) tem sido amplamente utilizada como potencializador de cicatrização e contra microrganismos anaeróbicos. No entanto, nos últimos anos, diversos estudos têm mostrado que o oxigênio pressurizado é capaz de proteger contra a destruição da barreira hemato-encefálica (BHE), inibir a destruição neuronal, reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias e a expressão ICAM-1, receptor leucocitário, e de EI. Neste estudo, avaliamos os efeitos da HBO na prevenção dos sintomas da MC em camundongos infectados com PbA e nos eritrócitos expostos diretamente ao oxigênio hiperbárico. A utilização do oxigênio hiperbárico mostrou-se capaz de reduzir significativamente a taxa de mortalidade associada à malária cerebral experimental, assim como uma redução da queda da temperatura corporal e dos níveis de parasitemia. Além disso, nossos resultados demonstram que a terapia com oxigênio hiperbárico impede a destruição da BHE. Testes In vitro mostraram que a exposição direta de eritrócitos sadios e de eritrócitos infectados (EI), á HBO não é tóxica e nem capaz de alterar a viabilidade e infectividade de EI. Por último, mostramos que o tratamento com HBO realizado após o quarto dia de infecção (quando a parasitemia já é patente), retarda o aparecimento dos sintomas neurológicos da malária cerebral e morte associada.

ASSUNTO(S)

neuroproteção cerebral malaria plasmodium oxigenação hiperbarica plasmodium neuroprotection hyperbaric oxigenation malaria cerebral

Documentos Relacionados