EFFECTS OF DIPHENYL DISELENIDE ADMINISTRATION ON LIVER DAMAGE INDUCED BY 2-NITROPROPANE, CADMIUM AND CARBON TETRACHLORIDE / EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DO DISSELENETO DE DIFENILA SOBRE O DANO HEPÁTICO INDUZIDO POR 2-NITROPROPANO, CÁDMIO E TETRACLORETO DE CARBONO

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O fígado apresenta extraordinária pluralidade funcional, destacando-se no controle de produção de energia, defesa imunológica e reserva volêmica. No meio ambiente e ocupacionalmente, o ser humano está exposto a uma variedade de compostos hepatotóxicos, como por exemplo, no uso de tintas e seus derivados (2-nitropropano), reagentes químicos (tetracloreto de carbono) e na exposição ao cigarro (cádmio e 2-nitropropano). Portanto, é interessante o estudo de terapias que previnam ou até mesmo revertam à intoxicação causada por estes compostos. Considerando o crescente interesse por compostos orgânicos de selênio, em especial o disseleneto de difenila ((PhSe)2) que possui propriedades farmacológicas mais amplas como: efeitos anti-úlcera, antiinflamatório e antinociceptivo, anti- hiperglicemiante, protege contra a discinesia orofacial induzida por reserpina e haloperidol e pode atuar na facilitação da formação de memória em camundongos. Deste modo, os efeitos hepatoprotetores deste composto frente a diferentes modelos de dano hepático (2-nitropropano, cádmio e tetracloreto de carbono) foram examinados. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que a administração de (PhSe)2 (100 mol/kg) reduziu os níveis de marcadores hepáticos e os níveis de peroxidação lipídica quando comparado ao grupo tratado com 2-nitropropano (2-NP). Além disso, os exames histológicos revelaram que o tratamento com 2-NP causou alterações degenerativas nos hepatócitos e que o (PhSe)2 foi capaz de proteger, evidenciando o efeito hepatoprotetor desse composto sobre o dano hepático induzido por 2-NP. O efeito do pós-tratamento com (PhSe)2 sobre o dano hepático induzido com 2-NP também foi investigado. Este composto restaurou a atividade plasmática das enzimas aminotransferases e os níveis de uréia quando comparado ao grupo tratado com 2-NP. Na maior dose (100 mol/kg), o (PhSe)2 causou uma diminuição na atividade da enzima -glutamil transferase (GGT) e restituiu o aumento nos níveis de peroxidação lipídica hepáticos e renais quando comparado ao grupo tratado com 2-NP. O tratamento com 2-NP reduziu a atividade hepática da catalase, entretanto não alterou a atividade da superóxido dismutase (SOD) e os níveis de ácido ascórbico, sugerindo que a inibição da CAT pode estar relacionada com o aumento nos níveis de peroxidação lipídica hepática nos ratos tratados com 2-NP. Resultados similares foram encontrados quando o dano hepático foi induzido por cádmio (Cd), um contaminante ambiental implicado em várias doenças. O conteúdo de Cd determinado nos ratos expostos ao cloreto de cádmio (CdCl2) provêm evidências de que o fígado é o maior alvo da toxicidade deste metal. A concentração de cádmio no fígado foi em torno de 3 vezes maiores que os níveis encontrados no rim. O (PhSe)2 reduziu em torno de 6 vezes os níveis deste metal no fígado dos ratos expostos ao CdCl2. Além disso, a administração de (PhSe)2 causou uma redução nos níveis de malondialdeído plasmáticos (MDA), na atividade das aminotransferases, na fosfatase alcalina (ALP), lactato desidrogenase (LDH) e GGT quando comparado ao grupo tratado com cádmio. Em conclusão, esse estudo demonstrou que o tratamento concomitante com (PhSe)2 reduziu a hepatotoxicidade e o dano celular em fígado de ratos expostos ao cádmio. O mecanismo proposto para ação do (PhSe)2 pode ser devido as suas propriedades antioxidantes ou pela sua capacidade de formar um complexo com Cd. Em contraste, a administração de (PhSe)2 potencializou o dano induzido por tetracloreto de carbono (CCl4), o que foi demonstrado pelo aumento dos níveis de marcadores bioquímicos (AST, ALT, ALP, GGT and BT) e pela severa alteração na histologia. Esses estudos também demonstraram que a administração de (PhSe)2 potencializou os níveis de peroxidação lipídica com consequente depleção das defesas antioxidantes, como a catalase e o ácido ascórbico, sugerindo que o dano oxidativo está relacionado com este efeito. Considerando os resultados obtidos, podemos sugerir que o disseleneto de difenila apresenta um efeito hepatoprotetor dependendo do modelo experimental.

ASSUNTO(S)

liver damage disseleneto de difenila cadmium carbon tetrachloride diphenyl diselenide dano hepático 2-nitropropano tetracloreto de carbono selênio cádmio bioquimica selenium 2-nitropropane

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