Efetividade do sistema intra-uterino liberador de levonorgestrel nas lesões da adenomiose diagnosticada e monitorada pela ressonancia nuclear magnetica
AUTOR(ES)
Aristides Manoel dos Santos Bragheto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
O Sistema Intra-uterino liberador de Levonorgestrel (MIRENA®) tem sido usado recentemente no tratamento sintomático da adenomiose, porém o seu efeito sobre as lesões não é conhecido. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade do Sistema Intra-uterino liberador de Levonorgestrel no tratamento das lesões adenomióticas. Realizou-se um ensaio clínico não aleatorizado, em que o sujeito foi o seu próprio controle, pré e pós-intervenção, ensaio do tipo N=1. Vinte e nove mulheres com idade entre 24 a 46 (média de 37,5 ± 5,1) anos, com quadro de dismenorréia e menorragia, atendidas no ambulatório de Endometriose do CAISM-Unicamp, entre 2004 e 2006, foram selecionadas após confirmação do diagnóstico da adenomiose através da ressonância nuclear magnética. Foi inserido um Sistema Intra-uterino liberador de Levonorgestrel e repetida a ressonância nuclear magnética, após seis meses da inserção, para controle das lesões. As mulheres foram reavaliadas em três e seis meses para coleta de dados. Foram avaliados a dismenorréia, através da Escala Visual Analógica de Dor, o padrão menstrual e os efeitos colaterais. As variáveis estudadas foram volume uterino, zona juncional e espessura endometrial, avaliados pela ressonância nuclear magnética, antes e após seis meses da inserção do Sistema Intra-uterino liberador de Levonorgestrel. Para a comparação pré-tratamento e seis meses após, foram realizados os testes T student pareado, Wilcoxon e teste Friedman para variáveis contínuas, e teste de McNemar para as variáveis categóricas. O nível de significância foi assumido em 5%. Os resultados obtidos foram redução do quadro menorrágico em todas as mulheres, redução significativa do quadro doloroso através da Escala Visual Analógica 80-0 (p<0,0001), da espessura do endométrio 10,2-5,8 (p<0,0001) e do percentual da zona juncional em 24,17% (p<0,0001). Houve discreta redução do volume uterino 142,6-136,4 (p=0,2077). Os efeitos colaterais mais comuns foram ganho de peso superior a 2kg (27,5%), cefaléia (20,6%), mastalgia (20,6%), seborréia e acne (6,8%) e quadro depressivo transitório resolvido sem medicação (6,8%). Nenhum Sistema Intra-uterino liberador de Levonorgestrel foi removido e não ocorreu sequer uma expulsão. Concluímos que o Sistema Intra-uterino liberador de Levonorgestrel é um tratamento clínico eficaz para tratamento dos sintomas com poucos efeitos colaterais, baixo custo e que reduz as lesões causadas pela adenomiose
ASSUNTO(S)
levonorgestrel dispositivos intrauterinos
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000403971Documentos Relacionados
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