Efetividade da terapia antirretroviral na era de medicamentos em dose fixa combinada
AUTOR(ES)
Costa, Juliana de Oliveira, Ceccato, Maria das Graças Braga, Silveira, Micheline Rosa, Bonolo, Palmira de Fátima, Reis, Edna Afonso, Acurcio, Francisco de Assis
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
14/11/2018
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Avaliar a efetividade da terapia antirretroviral e fatores associados segundo o tipo de esquema utilizado: medicamento em dose fixa combinada ou múltiplos medicamentos e doses. MÉTODOS Coorte prospectiva não concorrente de 440 pacientes que iniciaram terapia antirretroviral entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015 em Belo Horizonte, MG. A efetividade foi definida como supressão viral (carga viral [CV] < 50 cópias/ml) e avaliada após seis e 12 meses de tratamento. Dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais foram coletados de prontuário clínico e de sistemas de informação. A análise múltipla da efetividade global foi realizada por regressão logística. RESULTADOS A maioria dos pacientes iniciou terapia antirretroviral com múltiplos medicamentos e doses (58%). Aos seis meses, a supressão viral global foi 74,6%, maior entre pacientes que utilizaram dose fixa combinada (80,6%; p = 0,04). Aos 12 meses, 83,2% dos pacientes atingiram supressão viral, sem diferença entre os grupos (p = 0,93). Fatores independentemente associados à supressão viral em seis e 12 meses variaram, e foram negativamente associados à efetividade: CV ≥ 100.000 cópias/ml, sintomas definidores de aids, maior intervalo de tempo entre diagnóstico e início da terapia antirretroviral, troca de antirretroviral e consumo de tabaco ou drogas ilícitas (p < 0,05). Fatores positivamente associados à supressão viral incluíram adesão à terapia antirretroviral e categoria de risco/exposição de homens que fazem sexo com homens (p < 0,05). Atingir supressão viral aos seis meses foi o principal preditor de efetividade em um ano (OR = 8,96; p < 0,01). CONCLUSÕES A supressão viral foi elevada e superior para pacientes que utilizaram esquemas de dose fixa combinada aos seis meses. Fatores clínicos, comportamentais e relacionados à terapia antirretroviral influenciaram a supressão viral e evidenciam a necessidade de intervenções para aumentar o diagnóstico, o início precoce e a adesão dos pacientes à terapia antirretroviral, bem como reduzir o uso de drogas ilícitas e tabaco nesta população.
ASSUNTO(S)
fármacos anti-hiv, administração & dosage terapia antirretroviral de alta atividade avaliação de eficácia-efetividade de intervenções estudos de coortes
Documentos Relacionados
- Características e evolução clínica da retinite por citomegalovírus em pacientes com AIDS na era da terapia antirretroviral potente
- Associação entre tabagismo e o uso de crack com a descontinuidade da terapia antirretroviral combinada em Recife, Pernambuco, Brasil
- Impacto da terapia antirretroviral combinada no crescimento e nas taxas de hospitalização de crianças infectadas pelo HIV
- Obtenção tecnológica de comprimido revestido dose-fixa-combinada à base de Zidovudina, Lamivudina e Efavirenz
- Enteroparasitas em pacientes infectados pelo HIV-1/AIDS em uma unidade de referência do noroeste paulista na era da terapia antirretroviral de alto impacto