Efetividade da terapia anti-retroviral dupla e tríplice em crianças infectadas pelo HIV

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-08

RESUMO

OBJETIVOS: Como iniciar a terapia anti-retroviral é uma questão amplamente discutida no manejo de crianças infectadas pelo HIV. O objetivo deste estudo foi comparar a efetividade da terapia dupla e tríplice em uma coorte de crianças infectadas pelo HIV. MÉTODO: Este estudo foi realizado em um serviço de referência para assistência à criança infectada da Faculdade de Medicina da UFMG. Foram incluídas crianças que iniciaram o primeiro regime anti-retroviral entre janeiro de 1998 e dezembro de 2000, com seguimento até dezembro de 2001. O evento final para análise foi a primeira falha terapêutica ou óbito. RESULTADOS: Foram analisados 101 pacientes, sendo 58 (57,4%) e 43 (42,6%) com terapia dupla e tríplice, respectivamente. Não houve diferença entre os grupos quanto ao sexo, idade, contagem de linfócitos CD4+ e carga viral basal. A média de duração da terapia dupla foi de 26,3 meses (IC95% 21,3-31,3) e da terapia tríplice, de 34,3 meses (IC95% 29,2-39,5%). Falha terapêutica ocorreu em 33 (56,9%) pacientes em terapia dupla e 11 (25,6%) em terapia tríplice (log rank 5,03; p = 0,025). O risco relativo de falha para terapia dupla foi 2,2 vezes maior (IC = 1,3-3,9). O percentual de linfócitos T CD4+ inicial foi preditor de risco para falha terapêutica (p = 0,001). Pacientes em terapia tríplice apresentaram maior redução da carga viral (p = 0,001). CONCLUSÃO: A terapia tríplice permaneceu eficaz por mais tempo e apresentou melhor resposta virológica do que a terapia dupla nesta coorte de crianças infectadas pelo HIV, justificando a sua escolha como regime preferencial de tratamento.

ASSUNTO(S)

síndrome da imunodeficiência adquirida agentes anti-hiv terapêutica

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