Efeitos do brometo de etidio no tronco cerebral de ratos Wistar : aspectos morfologicos relacionados aos processos de desmielinização e remielização do sistema nervoso central

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1994

RESUMO

Face à dificuldade do estudo de material humano, muitos modelos experimentais, que mimetizam doenças desmielinizantes, têm sido utilizados no estudo das características celulares da desmielinização e da limitada remielinização do sistema nervoso central. O objetivo desta investigação foi estudar o fenômeno desmielinizante causado pela droga intercalante brometo de etídio (BE), bem como o conseqüente processo de remielinização, no tronco cerebral de ratos Wistar adultos. Foram utilizados 34 animais divididos em grupo I (3 animais) utilizados para as análises histológica e ultraestrutural da porção ventral da ponte, grupo 11 (21 animais) que receberam uma única injeção de 1O,u1 (0,1 % de BE em solução salina 0,15M) na cisterna basal, e grupo 111 (10 animais) que receberam uma única injeção de 10 ,ul de solução salina 0,15M. Do grupo 11, 3 animais foram perfundidos (1 para histologia e 2 para ultraestrutura) nos seguintes intervalos de tempo (dias): 1,3,7, 11, 15,21 e 30. Do grupo 111, 2 animais foram perfundidos (1 para histologia e 2 para ultraestrutura) até o período de 15 dias. No grupo 11, lesões desmielinizantes foram encontradas principalmente na superfície ventral da ponte e se estendem de 1/3 a 1/2 na estrutura em sentido dorsal e posteriormente constituem formações císticas. As lesões eram caracterizadas por espongiose do tecido nervoso confirmados à microscopia eletrônica de transmissão por cariorréxis das células gliais, severas alterações citoplasmáticas, formação de figuras de "honey comb", vesículas de mielina e grande aumento do espaço extracelular. Aos 3 dias, a lesão apresentava-se povoada por células fagocíticas que iniciavam a remoção dos restos de mielina. A remielinização ficava confinada à periferia da lesão e era iniciada pelos oligodendrócitos aos 11 dias. Embora neste mesmo período as células de Schwann estivessem relacionadas com axônios, a produção de mielina por essas células só foi evidenciada aos 15 dias após a injeção do BE. Na área de remielinização os oligodendrócitos estavam sempre associados a nichos de fibras desmielinizadas onde eram evidentes processos citoplasmáticos astrocitários, por outro lado, as células de Schwann apresentavam-se associadas apenas a fibras individualizadas que não estivessem relacionadas com processos astrocitários. Nesta investigação a remielinização do encéfalo foi significativamente realizada por oligodendrócitos, e na ausência de processos astrocitários as células de Schwann remielinizantes migravam para a lesão, e não se relacionavam obrigatoriamente com os espaços perivasculares e subpiais. Provavelmente a astrocitose, per se, não deve ser responsabilizada pelo impedimento da remielinização por oligodendrócitos

ASSUNTO(S)

drogas - efeito fisiologico bainha da mielina - doenças sistema nervoso central - efeito das drogas

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