Efeitos de peixes zooplanctívoros e onívoros sobre a resposta de comunidades planctônicas à fertilização por nutrientes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A teoria de cadeias alimentares prevê que a presença de onivoria pode atenuar os efeitos de cascata trófica e estabilizar as populações de autótrofos e herbívoros, as quais são desestabilizadas pela fertilização por nutrientes. Tendo em vista que muitos lagos e reservatórios tropicais encontram-se eutrofizados, estratégias que visem o controle do aporte de nutrientes e a redução da biomassa fitoplanctônica são essenciais para a melhoria da qualidade da água desses ambientes. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da zooplanctivoria e onivoria por uma mesma espécie de peixe (Tilápia do Nilo), que quando larva é zooplanctívora e quando jovem e adulta torna-se filtradora onívora, sobre a estrutura e dinâmica das comunidades planctônicas, na presença e ausência de enriquecimento por nutrientes. Para tanto, foi realizado um experimento com desenho fatorial 2 x 3, resultando em 6 tratamentos: sem adição de peixes ou nutrientes (C); com adição de peixes zooplanctívoros (Z); com adição de peixes onívoros (O); com adição de nutrientes (NP); com adição de peixes zooplanctívoros e nutrientes (ZNP); e com adição de peixes onívoros e nutrientes (ONP). Os resultados mostram que os dois tipos de planctívoros reduziram a biomassa zooplanctônica e aumentaram a biomassa fitoplanctônica, mas que a onivoria dos peixes filtradores atenuou a magnitude das cascatas tróficas. Os resultados também mostram que a fertilização por nutrientes aumenta as concentrações de nutrientes na água e a biomassa fitoplanctônica, mas que o efeito sobre o zooplâncton depende da estrutura trófica. De um modo geral, os efeitos da adição de peixes e nutrientes foram aditivos, mas interações significativas entre esses fatores foram observadas na resposta de alguns grupos zooplanctônicos. Os efeitos dos peixes onívoros sobre a variabilidade temporal da biomassa do fitoplâncton e do zooplâncton foram muito variáveis, aumentando ou reduzindo a variabilidade do plâncton dependendo do nível de nutrientes e da variável analisada. É possível concluir, com base neste estudo, que o tipo de planctivoria exercido pelos peixes e as concentrações de nutrientes na água afetam a força das cascatas tróficas pelágicas e provavelmente o sucesso dos programas de biomanipulação para o manejo da qualidade da água de lagos e reservatórios tropicais

ASSUNTO(S)

nile tilapia food chains biomanipulação biomass temporal variability nutrientes eutrophication eutrofização omnivory trophic structure biomanipulation ecologia onivoria nutrient cadeias alimentares mesocosmos mesocosm tilápia do nilo trophic cascade variabilidade temporal de biomassa cascata trófica estrutura trófica

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