Efeitos de longo prazo da duração da função tardia do enxerto sobre a função e sobrevida de transplantes renais com doadores falecidos

AUTOR(ES)
FONTE

J. Bras. Nefrol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/10/2018

RESUMO

Resumo Introdução: A função tardia do enxerto (FTE) é uma complicação frequente após transplantes renais com doadores falecidos com repercussões sobre o prognóstico do transplante. Contudo, o impacto a longo prazo da FTE sobre a função do enxerto após transplante renal com doador falecido não foi avaliado adequadamente. Objetivo: O principal objetivo do presente estudo foi avaliar os fatores de risco para FTE e o impacto de sua ocorrência e duração na sobrevida e função do enxerto. Métodos: O presente estudo observacional retrospectivo incluiu 517 receptores de transplante renal que receberam órgãos de doadores falecidos entre janeiro de 2008 e dezembro de 2013. Resultados: A incidência de FTE foi de 69,3%. Foi identificada associação independente entre FTE e creatinina sérica final e idade do doador, tempo de isquemia fria, uso de terapia de indução com anticorpos e diabetes mellitus do receptor. A ocorrência de FTE também foi associada a incidência mais elevada de rejeição aguda com classificação de Banff ≥ 1 A (P = 0,017), função reduzida do enxerto até seis anos após o transplante e menor sobrevida do enxerto censurada para óbito em 1 e 5 anos (P <0,05). Períodos de FTE superiores a 14 dias foram associados a maior incidência de perda do enxerto censurada para óbito (P = 0,038) e pior função do enxerto (P <0,001). Não foram identificadas diferenças de sobrevida nos pacientes. Conclusões: A ocorrência de FTE traz prejuízos de longa duração à função e sobrevida do enxerto. Tal impacto é ainda mais pronunciado quando a FTE persiste por mais de duas semanas.

ASSUNTO(S)

transplante de rim função retardada do enxerto sobrevivência de enxerto análise de sobrevida rejeição de enxerto

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