Efeitos de intensidades de pastejo e períodos de ocupação da pastagem na massa de forragem e nas perdas e valor nutritivo da matéria seca do capim-mombaça (Panicum maximum Jacq. cv. Mombaça). / Effects of grazing intensity and paddock grazing periods on mass of herbage, losses and nutritional value of mombaçagrass (Panicum maximum Jacq.).

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O experimento foi conduzido na FZEA/USP, Pirassununga, de julho de 1998 a junho de 2000, com objetivo de descrever os efeitos de intensidades de pastejo e de períodos de ocupação da pastagem na massa de forragem, perdas e valor nutritivo do capim-Mombaça. Foram estudados os efeitos de três intensidades de pastejo, representadas por três ofertas de forragem: baixa = (4%) - 4kg de matéria seca verde (MSV) para cada 100kg de peso animal em pastejo por dia; média = (8%) e alta = (12%) e dois períodos de ocupação dos piquetes, um e três dias. A área experimental constituía-se de 24 piquetes de 400 m2 cada (20 x 20 metros), divididos em quatro blocos de seis piquetes cada. Foram considerados dois períodos experimentais: época das águas (verão agrostológico), quando foram realizados quatro pastejos, com período de descanso de 35 dias e época da seca (inverno agrostológico), sendo realizados dois pastejos, com período de descanso de 70 dias. O delineamento experimental foi em blocos completos ao acaso, com um arranjo fatorial 3 X 2 para tratamentos (3 ofertas x 2 períodos de ocupação), em parcelas subdivididas no tempo (pastejos), com 4 repetições. No verão, a produção de matéria seca verde do capim-Mombaça foi maior quando se fez o manejo mais leniente da pastagem, porém utilizando-se de menor período de permanência dos animais em pastejo. No verão e inverno, a relação F/H foi maior para o pastejo mais intenso e período de ocupação, condicionada por pastejo não seletivo e de maior consumo, perdas ou menor produção de hastes. No decorrer dos pastejos, o menor tempo de permanência nos piquetes condicionou a menor participação de lâminas foliares. A quantidade de material senescente do pré-pastejo foi maior quando se utilizou o pastejo mais leniente em associação com o menor período de permanência na pastagem durante o verão. Mesmo assim, a produção líquida de material verde foi maior. No inverno, apesar do material senescente ter sido crescente nas ofertas, a permanência de 3 dias, em pastejo mais intenso (4%), condicionou uma menor quantidade de material senescente. As condições climáticas foram determinantes no processo produtivo da planta forrageira, condicionando o balanço entre produção e perdas por senescência. Quando o pastejo foi mais leniente, a quantidade de matéria seca verde residual foi alta, mas independe do tempo de permanência. No entanto, quando se realizou o pastejo drástico, o menor tempo de permanência condicionou maior resíduo, porém com maiores perdas de matéria seca no chão. No verão e no inverno, o menor tempo de permanência dos animais nos piquetes condicionou as maiores perdas de matéria seca na planta pós pastejo. No entanto, essa foi compensada pela maior quantidade de matéria seca verde residual. As ofertas de forragem de 4% e 8%, no verão, e de 8% e 12%, no inverno, favoreceram maior consumo aparente de matéria seca. O mesmo comportamento foi observado para 3 dias de ocupação nas duas estações. No pastejo mais leniente, apesar de favorecer a seletividade, a planta apresentou folhas de menor teor protéico, nas duas estações. No entanto, o menor tempo de permanência nos piquetes, no verão, e o maior tempo, no inverno, num pastejo mais intenso, permitiram aos animais consumir uma lâmina foliar mais protéica e com menor teor de parede celular. No final do verão, o período de ocupação de 1 dia ou as ofertas de 4% e 8% apresentaram maiores teores protéicos. Por outro lado, os teores de fibra em detergente neutro e ácido oscilaram, mas permaneceram menores na oferta de 4%, no verão e no inverno. A relação inversamente proporcional entre os teores protéicos e de parede celular, com a diminuição da intensidade de pastejo, nas duas estações, condicionou a degradabilidade da matéria seca. Os baixos teores protéicos e os altos teores de parede celular, do resíduo, condicionaram o momento de retirada dos animais da pastagem, sendo mais crítico no inverno, devido sua quantidade e valor nutritivo.

ASSUNTO(S)

mombaçagrass matéria seca do alimento capim mombaça nutritional value dry matter of the food valor nutritivo

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