Efeitos das alterações no oxigênio cerebral durante cirurgia de revascularização do miocárdio sobre a disfunção cognitiva no pós-operatório em pacientes idosos: estudo piloto

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-04

RESUMO

Resumo Justificativa e objetivos: A disfunção cognitiva no pós-operatório é comum após cirurgia cardíaca. A perfusão cerebral adequada é essencial e a espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) pode medir a oxigenação cerebral. O objetivo deste estudo foi comparar a incidência de disfunção cognitiva no pós-operatório, precoce e tardio, em pacientes idosos tratados com monitoração convencional ou espectroscopia no infravermelho próximo. Métodos: Os pacientes submetidos à cirurgia coronariana, acima de 60 anos, foram incluídos e randomicamente alocados em dois grupos: grupo controle e grupo NIRS. O manejo dos pacientes no período perioperatório foi feito com NIRS no grupo NH e com abordagem convencional no grupo controle A bateria de testes foi feita antes da cirurgia, na primeira semana e no terceiro mês de pós-operatório. A bateria incluiu o desenho do relógio, a memória, a geração de uma lista de palavras, a sequência de dígitos e subtestes que exigem habilidades visuoespaciais.Disfunção cognitiva no pós-operatório foi definida como queda de um DP (desvio-padrão) da fase basal em dois ou mais testes. O teste U de Mann Whitney foi usado para comparação de medidas quantitativa e o teste exato do qui-quadrado para comparar dados quantitativos. Resultados: Vinte e um pacientes do grupo controle e 19 do grupo NIRS concluíram o estudo. Os dados demográficos e operacionais foram semelhantes. Na primeira semana, nove pacientes (45%) do GC e sete pacientes (41%) do grupo NIRS apresentaram disfunção cognitiva no pós-operatório. No terceiro mês, 10 pacientes (50%) foram avaliados como disfunção cognitiva no pós-operatório; a incidência foi de quatro (24%) no grupo NIRS (p = 0,055). O grupo que apresentou disfunção cognitiva no pós-operatório precoce e tardio teve uma permanência significativamente maior na UTI (1,74 + 0,56 vs. 2,94 + 0,95; p < 0,001; 1,91 + 0,7 vs. 2,79 + 1,05; p < 0,01) e permanência hospitalar mais longa (9,19 + 2,8 vs. 11,88 + 1,7; p < 0,01; 9,48 + 2,6 vs. 11,36 + 2,4; p < 0,05). Conclusão: Neste estudo piloto, a monitoração convencional e a espectroscopia no infravermelho próximo resultaram em taxas semelhantes de disfunção cognitiva no pós-operatório precoce. A disfunção cognitiva tardia tende a melhorar com espectroscopia no infravermelho próximo. Os declínios cognitivos precoces e tardios foram associados a internações prolongadas tanto em UTI quanto hospitalares.

ASSUNTO(S)

disfunção cognitiva no pós-operatório oximetria cerebral cirurgia cardíaca paciente idoso

Documentos Relacionados