Efeitos da monetarização nos hábitos de consumo da etnia Asuriní do Xingu, Altamira/PA

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/01/2011

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar os reflexos das mudanças de hábitos de consumo na comunidade indígena da etnia Asuriní do Xingu a partir da monetarização. O método caracterizou-se como pesquisa aplicada de cunho etnográfico, a partir de uma abordagem qualitativa, a qual se efetivou no município de Altamira, na terra indígena do Koatinemo, onde vivem os Asuriní. De acordo com o levantamento censitário 2010, a população registrada é de 153 pessoas. Deste quantitativo foi retirada a população pesquisada de 52 sujeitos, selecionados a partir do critério de escolarização, os quais responderam a um instrumento com 11 questões que foram comparados com observações etnográficas. Os resultados apontam que os produtos industrializados são a preferência de mais de 94% dos sujeitos, enquanto que produtos oriundos da caça, da pesca e da agricultura ficaram com a preferência, na média de 85%. Constatou-se que 98% dos sujeitos compram os bens industrializados. Para 94% a aquisição destes bens se dá por meio da monetarização proveniente da venda do artesanato. Em relação ao descarte das embalagens dos produtos industrializados, 90% informaram que descartam em buracos, local percebido por 79% como o de maior concentração de lixo. Discute-se que a monetarização e o consumo têm provocado transformações nos hábitos dos índios Asuriní pontuando-se, principalmente, o processo de comercialização do artesanato e a inserção de benefícios do Governo Federal, que movimentam a entrada de produtos industrializados, culminando no descarte desordenado de resíduos pela área da aldeia do Koatinemo, num país que não tem políticas públicas para tal situação.

ASSUNTO(S)

hábitos de conumo monetarização etnia asuriní etnologia indigena

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