Efeitos da ingestão subcrônica de arsênio sobre os testículos de camundongos adultos / Effects of arsenic subchronic ingestion on the testes of adult mice

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/10/2011

RESUMO

A toxicidade de um agente químico depende de sua propensão inerente de produzir danos ao sistema biológico com o qual interage. O arsênio (As), um conhecido poluente ambiental, merece destaque como elemento potencialmente tóxico para a função reprodutiva masculina. A exposição ao As pode afetar o testículo, resultando em efeitos adversos na reprodução, e várias evidências indicam que sua ação tóxica está relacionada ao estresse oxidativo. Com o objetivo de avaliar os efeitos do As sobre os testículos de camundongos adultos, os indicadores: biometria corporal, compartimentos tubular e intertubular e atividade enzimática antioxidante da catalase (CAT) e da dismutase do superóxido (SOD) foram analisados após exposição dos indivíduos a diferentes doses de As. Trinta camundongos suíços adultos foram divididos em três grupos: um grupo controle que recebeu água potável, e dois outros que receberam solução de arsênio nas concentrações de 0,05 (As1) e 1,0 (As2) mg/L, oralmente. O tratamento em ambas as concentrações de arsênio não interferiu de forma significativa na maioria dos parâmetros referentes à biometria corporal e à morfometria tubular. Observou-se aumento na massa dos rins dos animais do grupo As2, sugerindo possível toxicidade neste órgão e maior atividade do mesmo no processo de desintoxicação; houve diminuição da proporção volumétrica da túnica própria e epitélio seminífero e aumento da proporção do lúmen dos animais do grupo As2, indicando possíveis efeitos adversos na espermatogênese, contudo, alterações significativas nas medidas do diâmetro tubular e do epitélio seminífero que confirmassem tais efeitos não foram observadas. No compartimento intertubular, ambas as concentrações de As promoveram redução no volume e diâmetro nucleares das células de Leydig e aumento nas proporções de vasos linfáticos. No entanto, apenas a maior concentração (As2) causou diminuição do volume de células de Leydig no intertúbulo e de sua relação nucleoplasmática. Com relação às defesas antioxidantes enzimáticas, aumento da SOD e diminuição da CAT, sugere-se que há produção de H2O2 aumentada concomitantemente a uma diminuição de defesa antioxidante de CAT, ocasionando estresse oxidativo. Os dados apresentados indicam que ingestão subcrônica de As provoca alterações nas defesas enzimáticas do testículo e afeta sua porção endócrina sem, noentanto, promover modificações relevantes na histologia do compartimento tubular que indiquem mudanças na atividade espermatogênica.

ASSUNTO(S)

arsenic toxicity environmental contaminant testis cell leydig oxidative stress biologia geral arsênio toxicidade contaminante ambiental testículo célula de leydig estresse oxidativo

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