Efeitos da habilidade ambulatória pré-operatória e da educação cirúrgica do paciente sobre a qualidade de vida e os resultados funcionais após artroplastia total do joelho

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. ortop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-08

RESUMO

RESUMO OBJETIVO: Analisar prospectivamente o efeito do estado ambulatório pré-operatório e da educação cirúrgica do paciente sobre os resultados funcionais e das três dimensões da qualidade de vida (QV; dor, função física e saúde mental) após a artroplastia total do joelho (ATJ). MÉTODOS: Análise comparativa da QV e dos resultados funcionais em pacientes submetidos a artroplastia total de joelho entre janeiro de 2014 e junho de 2015. Para comparar os efeitos do estado ambulatório do paciente e o conhecimento sobre o procedimento cirúrgico na qualidade de vida e nos resultados funcionais após ATJ, os questionários SF-36, CES D10, EVA, KSS, KSFS e Womac foram usados, bem como os escores de Friedman e Wyman, 10MWT e o teste de cadeira de 30 segundos, no pré-operatório e um, três e seis meses após a cirurgia. RESULTADOS: O estudo incluiu 168 joelhos de 154 pacientes: 46,75% homens e 53,24% mulheres. 52,38% dos joelhos apresentaram OA de grau III e 40,47% dos joelhos, OA de grau IV. No período pré-operatório, o SF-36 PCS foi 33,2 e o MCS foi 35,4. A média do KSS e do KSFS em mulheres foi de 37,3 (16,2) e 31,5 (13,8), respectivamente; nos homens, foi de 49,2 (18,4) e 42,5 (15,7), respectivamente. Os escores médios do Womac foram 64,2 para as mulheres e 56,5 para os homens. Os escores médios da EVA e CES D10 foram 8,8 e 8,2 nas mulheres e 6,9 e 6,4 nos homens, respectivamente. No primeiro, terceiro e sexto meses pós-operatórios, foram observadas melhorias significativas na QV e na média dos escores SF-36, CES D10, EVA, KSS, KSFS, Womac e Friedmann e Wyman, bem como no 10MWT e no teste de cadeira de 30 segundos. Pacientes com melhor atividade funcional pré-operatória e com compreensão satisfatória sobre a ATJ obtiveram resultados funcionais melhores e alcançaram uma boa qualidade de vida (p < 0,01). DISCUSSÃO: Cirurgiões explicam aos pacientes candidatos a ATJ o procedimento cirúrgico, a natureza dos implantes, como o procedimento afetaria o estilo de vida e quais devem ser as expectativas em relação ao resultado da ATJ. Essas considerações cruciais devem aumentar a confiança do paciente, aumentar o seu envolvimento e a sua cooperação no processo de reabilitação pós-cirúrgica, melhorar assim sua qualidade de vida, seus resultados funcionais e sua experiência após a ATJ. CONCLUSÃO: Candidatos à ATJ com boa capacidade ambulatória pré-operatória e compreensão da cirurgia apresentam melhor qualidade de vida no período pós-operatório inicial e de longo prazo. O estilo de vida e o grau de compreensão do paciente em relação à cirurgia aumentam significativamente a capacidade funcional pós-operatória.

ASSUNTO(S)

artroplastia, substituição, joelho fenômenos biomecânicos articulação do joelho qualidade de vida resultado do tratamento

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