Efeitos da exposição ao estresse no período neonatal em um modelo animal de mania e o uso do ácido valpróico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Introdução: Ao longo da história o homem busca entender os mecanismos envolvidos no desenvolvimento dos Transtornos Mentais. O principal objetivo do presente trabalho foi investigar o papel do Ácido Valpróico na prevenção do prejuízo cognitivo em ratos Wistar submetidos ao estresse neonatal, induzido por separação materna, combinado ao tratamento com Anfetamina na idade adulta. Metodologia: Os animais foram subdivididos em estressados e não estressados do primeiro ao décimo quarto dia de vida. Foram utilizados apenas animais machos para prevenir viés com relação a alterações hormonais em fêmeas. Na idade adulta foram tratados com Anfetamina (D-AMPH) 2mg/kg e Ácido Valpróico (VAL, 400mg/kg/dia). Foram subdivididos em oito sub-grupos cada um contendo entre 10 a 13 animais por grupo. Um grupo recebeu solução Salina, outro recebeu D-AMPH e Salina, outro recebeu D-AMPH e Ácido Valpróico e outro grupo Ácido Valpróico e Salina, por um período de sete dias. Duas horas após a administração da última injeção de anfetamina foram realizados os testes comportamentais, os quais foram repetidos oito dias mais tarde, no sentido de verificar se os efeitos cognitivos induzidos pelo tratamento crônico com anfetamina seriam persistentes mesmo após a interrupção do tratamento. Resultados: O experimento I (realizado 2 horas após a administração da última injeção), ambos os grupos não separado (NS) e separado (S) de animais que receberam D-AMPH na idade adulta demonstraram no número de cruzamentos e número de explorações verticais quando comparados com o grupo NS que recebeu Salina na idade adulta. O VAL levou à redução do número de cruzamentos e explorações verticais quando comparados aqueles grupos de animais NS e S que receberam D-AMPH. 7 No experimento II (realizado sete dias após a última injeção), não encontramos diferenças estatisticamente significativas entre os grupos experimentais quanto aos parâmetros analisados. A administração de D-AMPH produziu prejuízos cognitivos severos, que foram mais pronunciados nos animais submetidos à privação materna, sugerindo que eventos adversos no início da vida podem aumentar a vulnerabilidade a um patógeno ambiental mais tardiamente. Além disso, nossos resultados indicaram que o VAL atenuou o prejuízo cognitivo induzido pela D-AMPH, mas não foi efetivo quando os animais foram expostos à privação materna e à D-AMPH. Conclusões Nosso trabalho vem ao encontro dos trabalhos anteriores reforçando o papel dos estabilizantes do humor como Ácido Valpróico no mecanismo de neuroproteção dos transtornos do humor como o transtorno bipolar.

ASSUNTO(S)

ratos de wistar biologia molecular transtorno bipolar transtornos mentais anfetaminas Ácido valprÓico medicina

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