Efeitos da educação em saúde no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem de crianças infectadas e posteriormente tratadas para helmintoses
AUTOR(ES)
Luciana de Lourdes Queiroga Gontijo Netto Maia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Para o presente estudo experimental, desenvolvido na localidade de Americaninhas, município de Novo Oriente de Minas - MG, o modelo de Educação em Saúde com ênfase nas relações sócio-afetivas foi empregado na intervenção educativa voltada para promoção de saúde e controle de helmintoses. O estudo objetivou investigar os efeitos do processo educacional no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem de crianças infectadas e posteriormente tratadas para helmintoses, residentes em área endêmica. Para receber a intervenção educativa, o grupo de 106 crianças na faixa etária de 6 a 11 anos e meio foi dividido em dois grupos a partir dos resultados dos exames coproparasitológicos: Grupo Infectado (n=84) e Grupo Sadio (n=22). As crianças do grupo infectado foram separadas aleatoriamente em Grupo Ação, que participou da intervenção educativa (n=43) e Grupo Controle (n=41). Para avaliar o desenvolvimento cognitivo foram empregadas avaliações psicológicas estáticas e dinâmicas e para avaliar a aprendizagem utilizaram-se testes de conhecimento. Os dados foram analisados pela comparação das médias dos coeficientes delta do pré e pós-teste (Paired-Samples T Test) além da distribuição de freqüências absolutas e relativas. Os resultados evidenciaram progressivo aumento nos valores da avaliação cognitiva estática realizada pós-intervenção nas crianças do Grupo Ação. Apesar do maior ganho proporcional, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os valores obtidos nos pós-testes dos grupos Ação e Controle (p>0,05). Já entre o Grupo Ação e o Grupo Sadio, os valores obtidos nos testes Aritmética e Dígito foram estatisticamente superiores no grupo sem a infecção (p=0,048 e p=0,023, respectivamente). Entre o Grupo Infectado e o Grupo Sadio somente o teste Aritmética foi estatisticamente superior no grupo não infectado (p=0,048). Constatou-se melhora na avaliação dinâmica das habilidades de criatividade, velocidade de processamento e raciocínio lógico, entretanto, as crianças mantiveram oscilações com relação à habilidade de memória. As crianças apresentaram também resultados compatíveis com melhora de aprendizagem na avaliação da evolução conceitual. Embora por meio da avaliação estática não tenham sido detectados avanços na inteligência geral, e, por meio da avaliação dinâmica, os ganhos cognitivos tenham ocorrido em algumas habilidades cognitivas especificas, a avaliação da evolução conceitual demonstrou que houve aprendizagem, fato que pode remeter a condições que são produzidas no interior da escola, a saber: o método, as práticas pedagógicas, o papel do professor e a interação professor-aluno.
ASSUNTO(S)
aprendizagem decs educação em saúde/métodos decs helmintíase/psicologia decs população rural decs enfermagem teses cognição decs helmintíase/prevenção &controle decs dissertações acadêmicas decs criança decs helmintíase/reabilitação decs testes psicológicos decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/GCPA-73AQTEDocumentos Relacionados
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