Efeitos da aprendizagem espacial associada a uma alta concentração de B-amilóide hipocampal sobre parâmetros inflamatórios, morfológicos e neuroquímicos centrais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/03/2012

RESUMO

A injeção de peptídeo Beta Amiloide tem sido usada como modelo para estudar alguns aspectos das bases moleculares da doença de Alzheimer. Muitos autores observaram alterações em parâmetros neuroquímicos, inflamatórios e morfológicos devido a injeção de Beta Amiloide. Contudo pouco se sabe a respeito da interação entre esses parâmetros. É sabido que a forma oligomérica desse peptídeo possui maior efeito citotóxico, porém pouco se sabe a respeito de como o sistema nervoso central reponde á presença desses oligômeros. Também existem relativamente poucos dados a respeito dos efeitos do treinamento cognitivo na progressão da doença de Alzheimer. Considerando essas informações objetivamos nesse estudo avaliar os efeitos da injeção de oligômeros de Beta Amiloide, com ou sem treinamento no Labirinto Aquático de Morris, em parâmetros neuroquímicos inflamatórios e morfológicos hipocampais. A fim de diferenciar os efeitos do esforço cognitivo no labirinto de Morris dos fatores estresse e exercício físico, também presentes nessa tarefa, um experimento controle lateral foi realizado comparando animais treinados no labirinto aquático com ou sem tarefa espacial. Observamos que o esforço cognitivo demandado pela tarefa especial aumentou a mielinização no hipocampo de maneira significante quando comparado com os animais que somente foram submetidos à natação no aparato. Também foi observado que os animais submetidos ao treinamento cognitivo apresentaram comportamentos distintos dos animais submetidos simplesmente à natação no labirinto. Levantamos a hipótese que tal diferença comportamental se deve a diferença motivacional apresentada pelos ratos nos diferentes modelos da tarefa. Os resultados do presente estudo mostram que a injeção de Beta Amiloide diminuiu a diferença entre a liberação de glutamato em meio normal e estimulado (alta concentração de KCl). Esse efeito foi evitado com o treinamento prévio na tarefa espacial de Morris. O treinamento espacial também alterou o efeito dos oligômeros de Beta Amiloide na concentração da citocina TNF- no hipocampo. Contudo o treinamento cognitivo não foi capaz de impedir o decréscimo na concentração de IL-10 ocasionado pela presença do peptídeo Beta Amiloide. Foi observado ainda, um aumento na concentração de IL-1 devido ao treinamento no labirinto aquático, independente da injeção de Beta Amiloide. Por fim os resultados mostram que o aumento na concentração de Beta Amiloide interfere no aumento de mielinização ocasionado pelo esforço cognitivo. Dados obtidos em análise de regressão linear múltipla mostram uma relação entre os níveis de TNF- e a diferença de liberação em meio normal e estimulado de GABA e glutamato pelas células hipocampais. Foi observada também uma relação entre a liberação desses neurotransmissores e os níveis de mielinização do hipocampo. Esses dados sugerem que o sistema nervoso e o sistema imune trabalham conjuntamente para compensar os efeitos da injeção de Beta Amiloide. Da mesma maneira a cooperação entre ambos os sistemas parece ser necessária para os processos de aprendizado e memória.

ASSUNTO(S)

bioquímica teses. aprendizagem teses. proteína beta-amilóide teses. alzheimer, doença de aspectos moleculares teses.

Documentos Relacionados