Efeitos bottom-up e top-down na regulação da abundância em comunidades de cupins (Insecta: Isoptera) / Bottom-up and top-down effects regulating abundance in termites communities (Insecta: Isoptera)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O objetivo geral desta tese foi analisar como recursos e predação ( efeitos bottom-up e top-down) regulam as comunidades de cupins, determinando os possíveis fatores moduladores dessas forças. Num primeiro momento foi avaliado como os efeitos bottom-up, quantidade e a qualidade do recurso, influenciam a presença de galerias de cupins em árvores. A quantidade do recurso foi estimada através do diâmetro das árvores e da condição viva ou morta, enquanto a qualidade foi medida pela presença de látex, e pela da identidade taxonômica das árvores. Foi encontrado que cupins selecionam árvores com maior quantidade de recurso não sendo importante sua qualidade. A proporção de galerias de cupins foi maior em árvores grandes comparadas a árvores pequenas e em árvores mortas comparadas a vivas. Assim, pode-se supor que cupins forrageam seletivamente e não aleatoriamente. Em um estudo posterior, além da qualidade e quantidade de recursos, o risco de predação foi avaliado em comunidades de cupins em diferentes estágios de sucessão florestal. Foi hipotetizado que a abundância de cupins é maior em níveis intermediários de sucessão florestal devido á prevalência de efeitos bottom-up, em estágios iniciais e de top-down em estágios mais avançados de sucessão. Os resultados encontrados confirmaram a hipótese do pico de abundância em níveis intermediários de sucessão, mas os mecanismos propostos para explicar esse padrão foram diferentes do previsto. Os efeitos bottom-up foram determinantes na variação da abundância de cupins ao longo da sucessão e não houve efeito top-down. A quantidade de recurso (biomassa de serapilheira) foi determinante para cupins, diferente da qualidade (C/N da serapilheira), que não foi significativa. O acúmulo de serapilheira pode ter influenciado o comportamento de forrageamento dos cupins e com isso ter regulado sua abundância. Considerando isso, quando cupins lidam com o acúmulo de serapilheira podem ocorrer diferenças na estrutura do habitat que geram: i) refúgios para cupins e também para seus predadores e ii) impedimentos físicos que limitam tanto escape quanto a captura de presas. Esses efeitos foram evidenciados em experimentos em laboratório e em campo e comprovaram que o risco de predação de cupins foi menor em hábitats mais estruturados (maior quantidade de serapilheira/m2) mas, as formigas conseguiram contornar isso quando seu esforço de busca foi aumentado. Assim, o presente trabalho demonstra o papel dos efeitos bottom-up e top-down na regulação das comunidades de cupins e conclui que os efeitos bottom-up podem ser mais importantes do que os efeitos top-down.

ASSUNTO(S)

recursos resources predation foraging ecologia teorica forrageamento predação

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