EFEITO INDIVIDUAL E DA ÃPOCA DO ANO SOBRE A COMPOSIÃÃO DO PLASMA SEMINAL E A QUALIDADE DO SÃMEN CAPRINO RESFRIADO A 4Â C POR 48 HORAS NO LITORAL DO ESTADO DO CEARÃ / INDIVIDUAL EFFECT AND OF the TIME OF the YEAR ON the COMPOSITION OF the PLASMA SEMINAL AND the QUALITY OF the GOAT SEMEN COOLED 4Â C FOR 48 HOURS IN the COAST OF the STATE OF the CEARÃ

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2008

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da Ãpoca chuvosa e seca do ano sobre a composiÃÃo do plasma seminal (PS) e os parÃmetros seminais de 17 caprinos sem padrÃo racial definido (SPRD), criados em clima tropical, alÃm de avaliar se a composiÃÃo bioquÃmica do PS apresenta correlaÃÃo com os parÃmetros seminais, em funÃÃo da Ãpoca do ano, assim como, investigar se o nÃvel de atividade da fosfolipase A2 (FLA2) no PS de caprinos pode ser utilizado como indicativo da qualidade espermÃtica e se esse nÃvel exerce influÃncia na preservaÃÃo dos espermatozÃides ejaculados e epididimÃrios quando conservados a 4 ÂC, por 48 horas. O estudo foi realizado em trÃs etapas: na primeira foram utilizados dezessete machos caprinos e a partir desta, oito bodes com diferentes nÃveis de atividade de FLA2 no PS foram selecionados para realizaÃÃo da segunda e terceira etapas. No primeiro experimento durante a Ãpoca chuvosa e seca, os ejaculados dos animais foram coletados semanalmente, em vagina artificial, para avaliaÃÃo bioquÃmica do PS e a cada 14 dias para determinaÃÃo dos parÃmetros seminais. O sÃmen foi diluÃdo em Ãgua de coco-2,5% gema (200 x 106 sptz/mL), resfriado a 4 ÂC por 48 horas e avaliado o vigor e a motilidade Ãs 2, 24 e 48 horas de resfriamento (T2, T24 e T48), pelo teste de termorresistÃncia lento (TTR). EsfregaÃos do sÃmen diluÃdo foram confeccionados durante o TTR e 200 cÃlulas foram avaliadas e classificadas morfologicamente em normais ou anormais. Determinaram-se ainda as concentraÃÃes de frutose, Ãcido cÃtrico, proteÃnas totais, Ca, P, MG e nÃvel de atividade da FLA2. No segundo experimento, oito caprinos divididos, em funÃÃo do nÃvel de atividade da FLA2 no PS em: grupo I (<6,70 U/mL) e o grupo II (>11,00 U/mL). O sÃmen foi coletado, diluÃdo e dividido em duas alÃquota : a primeira constituiu o tratamento controle (sÃmen nÃo lavado) e a segunda foi centrifugada para remoÃÃo do PS (sÃmen lavado). No terceiro experimento, o sÃmen dos oito animais foi coletado e centrifugado para recuperaÃÃo do PS e adicionados a alÃquotas de um Ãnico âpoolâ de espermatozÃides epididimÃrios obtidos de caprinos castrados cirurgicamente. Uma nona alÃquota foi adicionada apenas de diluidor (grupo controle). Em seguida, procedeu-se a diluiÃÃo final em todas as amostras utilizando o mesmo diluidor. No segundo e terceiro experimentos, apÃs a realizaÃÃo dos tratamentos e diluiÃÃo final, o sÃmen foi resfriado a 4 ÂC por atà 48 horas e amostra de cada tratamento foi avaliada pelo TTR Ãs 0 (fresco), 2, 12, 24 e 48 horas de resfriamento. EsfregaÃos do sÃmen foram confeccionados para avaliaÃÃo da morfologia espermÃtica. Em todos os experimentos, a qualidade espermÃtica diminuiu à medida que se prolongou o tempo de preservaÃÃo (p <0,001). No experimento 1, o sÃmen apresentou qualidade superior na Ãpoca chuvosa e tambÃm as concentraÃÃes de frutose, Ãcido cÃtrico, proteÃnas totais, P e Mg foram maiores nesta Ãpoca. A FLA2 apresentou menor atividade na Ãpoca chuvosa (p <0,05). A concentraÃÃo de frutose, Ãcido cÃtrico e proteÃnas totais mostraram correlaÃÃes positivas com o vigor e a motilidade e negativas com a TDM, nas duas Ãpocas. Em relaÃÃo Ãs alteraÃÃes morfolÃgicas totais (AMT), a concentraÃÃo de frutose mostrou correlaÃÃes negativas, enquanto as de Ãcido cÃtrico, proteÃnas totais e atividade da FLA2, positivas. Os nÃveis de fÃsforo no PS apresentaram correlaÃÃo com os parÃmetros seminais apenas na Ãpoca seca, sendo negativa para vigor, motilidade e AMT e positiva para TDM. A concentraÃÃo de Mg correlacionou-se positivamente com a motilidade na Ãpoca chuvosa e AMT na seca. No segundo experimento, o tratamento influenciou a qualidade seminal principalmente no grupo I, sendo o desempenho espermÃtico superior no sÃmen lavado. O nÃvel de atividade da FLA2 nÃo afetou a qualidade dos espermatozÃides ejaculados, exceto em T48 do sÃmen lavado e T24 do sÃmen nÃo lavado. Enquanto no terceiro experimento, a adiÃÃo do PS aos espermatozÃides epididimÃrios diminuiu a qualidade espermÃtica e este efeito foi mais pronunciado quando o nÃvel de atividade de FLA2 foi maior. Contudo, no que se refere e AMT, a adiÃÃo do PS foi benÃfica, reduzindo o nÃmero de alteraÃÃes. Os resultados do presente estudo indicam que caprinos criados em clima tropical apresentam melhor qualidade espermÃtica no perÃodo chuvoso, alÃm das concentraÃÃes de frutose, acido cÃtrico, proteÃnas totais, P e Mg serem mais elevados nesta Ãpoca, enquanto a atividade da FLA2 foi menor neste perÃodo. As correlaÃÃes entre os parÃmetros seminais e a composiÃÃo bioquÃmica do PS podem indicar que as diferenÃas detectadas quanto à qualidade espermÃtica entre as Ãpocas do ano deve-se justamente Ãs variaÃÃes na concentraÃÃo destes componentes. A presenÃa do PS durante a conservaÃÃo do sÃmen caprino a 4 ÂC reduziu a qualidade espermÃtica, contudo o nÃvel de atividade da FLA2 nÃo foi um fator determinante da qualidade seminal para os espermatozÃides ejaculados, por isso, nÃo deve ser utilizado como indicativo de qualidade espermÃtica de caprinos criados em regiÃo de clima tropical

ASSUNTO(S)

zootecnia bode ejaculado bioquÃmica teste de termorresistÃncia bode ejaculate biochemistry thermoresistance test

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