Efeito do treinamento físico diário de alta intensidade, por salto em água com sobrecarga sobre parâmetros metabólicos, bioquímicos e morfológicos de ratos / Effect of dairy high-intensity physical training, by jump into water carrying an overload, on metabolic, biochemical and morphological parameters of rats

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/11/2011

RESUMO

O modelo de natação associado à sobrecarga de peso é um modelo experimental de treinamento físico, mas o desconhecimento da intensidade de esforço que esta sobrecarga representa tem dificultado a padronização de protocolos de condicionamento físico para animais de laboratório. Além disso, pouco se sabe a respeito das respostas musculares e o estresse que pode estar associado à realização deste tipo de treinamento. O objetivo deste estudo foi avaliar, em ratos, os efeitos do treinamento físico diário de alta intensidade, por saltos em água com sobrecarga, na evolução temporal da concentração sangüínea de lactato; na concentração plasmática de corticosterona; na atividade sérica da creatina quinase (CK); na área de secção transversa da fibra muscular (ASTFM) do músculo sóleo e extensor longo dos dedos (EDL); e na expressão das isoformas da cadeia pesada de miosina (MHC) do músculo sóleo. Ratos Wistar machos foram aleatoriamente divididos em dois grupos: treinado e não treinado, e cada grupo foi composto por cinco subgrupos, que correspondiam a cada semana de treinamento. Os animais treinados foram submetidos a 5 semanas de treinamento que consistiu em 4 séries, 10 repetições, 30 segundos de repouso entre as séries, sobrecarga de 50-70% do peso corporal (PC), 5 dias/semana. No final de cada semana, a concentração sanguínea de lactato foi determinada antes, imediatamente após, 20, 40 e 60 minutos após o exercício. O treinamento aumentou a concentração sanguínea de lactato, em relação ao repouso, nas cinco semanas (semana 1=7.2±0.4 vs 2.2±0.3; semana 2=8.1±0.5 vs 2.1±0.1; semana 3=7.9±0.6 vs 2.0±0.2; semana 4=8.2±0.3 vs 1.9±0.1; semana 5=7.7±0.5 vs 1.5±0.1 mmol/L). Os animais treinados apresentaram aumento da concentração plasmática da corticosterona (semana 1=11.4±3.2 vs 3.2±2.1; semana 3=13.0±3.5 vs 2.1±0.9; semana 5=22.6±4.8 vs 6.4±3.2 ng/mL) e diminuição da atividade sérica da CK (semana 1=3191±310 vs 4187±414; semana 3=2828±247 vs 3680±643; semana 5=3330±225 vs 4254±602 U/L) em todas as semanas em relação aos animais não treinados. O treinamento diminui o PC (semana 3=297±7 vs 371±9; semana 5=365±13 vs 401±16 g), a razão peso muscular/PC dos músculos sóleo (semana 3=0.35±0.02 vs 0.57±0.03; semana 5=0.50±0.03 vs 0.61±0.04 g/100g) e EDL (semana 3=0.43±0.02 vs 0.66±0.03; semana 5=0.53±0.02 vs 0.67±0.05 g/100g), e a ASTFM do músculo sóleo (semana 3=2362±144 vs 3031±132; semana 5=2385±104 vs 2918±128 ?m2) a partir da terceira semana em comparação com animais não treinados. Os animais treinados apresentaram diminuição da MHCI (90.3±1.8 vs 99.2±0.80%) e aumento da MHCII (9.8±1.8 vs 0.8±0.8%) no músculo sóleo na quinta semana em comparação com animais não treinados. Os resultados obtidos mostraram que o protocolo de treinamento por saltos em água com sobrecarga empregado é predominantemente anaeróbio, e que a realização deste treinamento, diariamente, sem respeitar o intervalo de recuperação entre as sessões, não promove hipertrofia muscular e constitui-se num estímulo estressor para os animais. Porém, apesar destes efeitos, o treinamento promoveu adaptações no que diz respeito às respostas de lesão muscular (CK) e ao delineamento dos tipos de fibras musculares (MHC), permitindo maior capacidade do músculo em suportar o aumento da carga durante as sessões de treinamento.

ASSUNTO(S)

treinamento resistido lactatos fibras musculares creatina-quinase isoformas de proteínas resistance training lactates muscle fibers creatine kinase protein isoforms

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