EFEITO DO RESVERATROL NA CAPACIDADE FAGOCÍTICA E NA PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO E NITROGÊNIO DE MACRÓFAGOS PERITONEAIS DE RATOS MACHOS E DE FÊMEAS (DIESTRO E PROESTRO)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/04/2011

RESUMO

O resveratrol é uma fitoalexina encontrada em várias plantas, como por exemplo, na uva (Vitis vinifera),sintetizado em resposta a injúrias por ataques fúngicos ou mecânicos e ainda pela ação da radiação ultravioleta. Atualmente este composto tem sido alvo de interessantes pesquisas, devido às propriedades que já lhe foram atribuídas, tais como antioxidante, antiinflamatória, antitumoral e mais recentemente fitoestrogênica. Sua ação antioxidante já é bem conhecida e lhe é conferida por sua capacidade de captar radicais livres produzidos pelas células ou mesmo interferir em vias de sinalização que culminam na produção de radicais livres ou de sua detoxificação através de enzimas antioxidantes. Além disso, é sabido que o resveratrol apresenta atividade fitoestrogênica, por ser uma molécula similar ao hormônio estrogênio. A ingestão de compostos bioativos pela dieta é importante, pois estes exercem efeitos moduladores em geral, inclusive sobre as respostas imunes. Os macrófagos são células do sistema imune que fazem parte do sistema mononuclear fagocitário, que constitui a primeira linha de defesa frente a agentes infecciosos. Diversos autores já relataram que os macrófagos expressam receptores para estrogênio e, por conseguinte, são reguladas por este hormônio. Assim este estudo teve por objetivo investigar o efeito de resveratrol na funcionalidade de macrófagos peritoneais de ratos, fazendo um estudo comparativo entre machos e fêmeas. Os macrófagos foram obtidos por laparatomia mediana da cavidade peritoneal de ratos Wistar distribuídos em três grupos: 1) machos, 2) fêmeas em diestro e 3) fêmeas em proestro, sendo as fêmeas previamente identificadas quanto a fase do ciclo estral por análise de microscopia do material vaginal. Os macrófagos em meio de cultura RPMI 1640 suplementado com soro fetal bovino (10%) foram semeados em placas de cultivo e incubados em estufa de atmosfera úmida com 5% de CO2 por 2 horas. Após completa adesão, as células foram tratadas pelo período de 24 horas com resveratrol 5 e 10M, quercetina 5 e 10 M (controle de atividade antioxidante) e 17- estradiol 0,01 e 10M (controle de atividade estrênoigca). Na seqüência avaliou -se a produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, bem como a capacidade fagocítica dos macrófagos tratados. O resveratrol nas concentrações de 5 e 10M inibiu significativamente a produção de óxido nítrico (NO) avaliada utilizando-se o reagente de Griess e a produção peróxido de hidrogênio (H2O2) determinada pelo emprego do reagente xylenol orange. Todavia o resveratrol não alterou a capacidade fagocítica dos macrófagos às partículas de zimosan opsonizadas e não opsonizadas que foi avaliada por microscopia óptica. A inibição da produção de NO e H2O2 pelo resveratrol foi similar entre os grupos. Esse efeito inibitório na produção de NO e H2O2 foi também observado para a quercetina. Já os tratamentos com 17-estradiol reduziram a produção de NO e H2O2 induzida por LPS apenas dos macrófagos de ratos machos. Comparado com a quercetina e com o 17-estradiol, o resveratrol demonstrou ter efeito antioxidante mais acentuado do que fitoestrogênico. De fato, os efeitos imunossupressores do resveratrol, observados neste estudo, corroboram com o descrito potencial antioxidante e antiinflamatório deste composto. Todavia observou-se que o efeito do resveratrol pode ser diferente entre os grupos, sendo que machos e fêmeas em diestro respondem de maneira similares aos tratamentos com resveratrol, que por sua vez diferem da resposta das fêmeas em proestro, inferindo-se assim a existência de uma pré-modulação pelo 17-estradiol a qual esses grupos estavam expostos. Entretanto outros estudos se fazem necessários para comprovar esta observação.

ASSUNTO(S)

17-estradiol 17-estradiol resveratrol macrófagos dimorfismo sexual antioxidantes macrophages resveratrol sexual dimorphism antioxidants biologia molecular

Documentos Relacionados