Efeito do imunoestimulador 8bromoguanosina no tratamento da leishmaniose murina

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

A capacidade imunoestimulatória dos ribonucleosídeos sintéticos com substituições nas posições 7 e/ou 8 foi comprovada em experimentos in vitro e tratamentos experimentais. Diante da evidência de que os parasitas do gênero Leishmania infectam macrófagos, possuindo um complexo mecanismo de escape e, não raro, os tratamentos convencionais são ineficientes, o objetivo deste trabalho foi testar a possibilidade da utilização do ribonucleosídeo 8-Bromo-Guanosina (8BrGuo) no tratamento da leishmaniose utilizando o modelo murino. Testes in vitro comprovaram que este composto ativa macrófagos murinos infectados com formas amastigotas de Leishmania (L.) amazonensis, diminuindo a infecção em cerca de 70%. Também foram realizados experimentos in vitro com o objetivo de avaliar o mecanismo de ação deste composto na ativação de macrófagos e destruição dos parasitas. Foi analisada a produção de nitrito, um subproduto do óxido nítrico, composto com capacidade oxidativa e tóxica a microrganismos. Para os testes in vivo, com camundongos de linhagem isogênica CBA/J, utilizamos diferentes vias de inoculação e apresentação de 8BrGuo, sendo que o processo mais eficiente e menos agressivo foi o intraperitoneal e a melhor resposta foi em solução utilizando Tween 80® como adjuvante. Paralelamente, investigamos as dosagens de 8BrGuo, sendo que algumas mostraram resultados estatisticamente significativos relacionados à diminuição da infecção. Observamos que o composto mostrou toxicidade nas doses mais elevadas. Mas análises histológicas mostraram que o composto 8BrGuo não provocou alterações teciduais hepáticas e renais 24 horas após o tratamento, nem após 60 dias. Testes bioquímicos de enzimas sangüíneas (transaminase glutâmico pirúvica e transaminase glutâmico oxaloacética), creatinina e hemograma completo mostraram-se normais quando comparados a animais controles. Podemos afirmar, inicialmente, que existe a possibilidade de tratamento da leishmaniose com a 8BrGuo. Contudo ainda há necessidade de maiores avaliações deste composto quanto aos comportamentos farmacocinéticos e farmacodinâmico

ASSUNTO(S)

imunoterapia macrofagos leishmaniose

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