Efeito do extrato de Piper tuberculatum sobre o Schistosoma mansoni da linhagem BH / The effect of the extract of the Piper tuberculatum on the BH strain of Schistosoma mansoni

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A esquistossomose é uma doença parasitária grave e de larga distribuição geográfica, que acomete cerca de 200 milhões de pessoas no mundo e ao menos 600 milhões vivem em área de risco. No Brasil a doença é conhecida por xistosa ou barriga d´água e é causada pelo Schistosoma mansoni, verme que se abriga na veia porta e nas veias do plexo mesentérico do hospedeiro. Estima-se seis milhões de infectados no país e cerca de vinte milhões de pessoas vivendo em áreas de risco de infecção. Atualmente o tratamento da esquistossomose é baseado no uso de dois medicamentos: a oxamniquina e o praziquantel, sendo que apenas o último apresenta atividade sobre todas as espécies de Schistosoma que parasitam o homem. A busca de novos medicamentos para o tratamento dessa parasitose é relevante devido ao aparecimento de linhagens do verme tolerantes e resistentes aos fármacos disponíveis. O uso de plantas medicinais vem sendo apontado como alternativa no tratamento de parasitoses e aplicações em outras doenças. Por apresentarem fácil aceitabilidade, boa disponibilidade e baixo custo, extratos de plantas vêm sendo estudados e utilizados em experimentos para tratamento de várias moléstias. Neste trabalho avaliou-se o efeito e a ação esquistossomicida do extrato de Piper tuberculatum sobre o Schistosoma mansoni da linhagem BH. P. tuberculatum, também conhecida como pimenta d´árda é uma espécie representante da família Piperaceae, que vem sendo bastante estudada e apresenta propriedades antitumorais, hipotensora, fungicida e inseticida, entre outras. A avaliação do efeito do extrato da planta sobre o S. mansoni foi realizada em testes in vitro e in vivo. Para a diluição do extrato foi utilizado meio de cultura contendo 2% de Dimetilsulfóxido (DMSO) como diluente. O DMSO possui algumas propriedades terapêuticas, entre elas a de antiinflamatório. No teste in vitro, foram testadas as seguintes concentrações do extrato: 25, 50, 100, 250, 500, 750, 1000 e 2000µg/ml. No teste in vivo, feito em Mus musculus infectados, o experimento foi realizado com a dosagem de 252 mg/ml diluído em salina com 2% de DMSO. Montou-se um grupo de animais que recebeu apenas salina com 2% de DMSO e um grupo controle que não recebeu tratamento algum. O extrato de P. tuberculatum mostrou-se bastante eficiente no teste in vitro, matando todos os vermes em até 72 horas, sendo que nas concentrações mais elevadas (1000 e 2000µg/ml) os vermes morreram em apenas 2 horas. Observou-se ainda que a mortalidade foi maior nos machos do que nas fêmeas. Nos experimentos in vivo, não se observou diferença significativa no número de ovos contados nas fezes antes e depois do tratamento, assim como não se observou diferença no número de granulomas hepáticos nos três grupos testados. Houve diminuição do tamanho dos granulomas hepáticos nos grupos cujos tratamentos continham DMSO, em comparação com o grupo não tratado. No tratamento com P. tuberculatum houve diminuição do número de ovos de 1º e 2º estágios em programas, o que sugere diminuição na postura de ovos por parte dos vermes

ASSUNTO(S)

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