Efeito do extrato bruto das folhas de Echinodorus Macrophyllus e de frações semipurificadas sobre a função renal em ratos com necrose tubular aguda induzida por gentamicina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A Echinodorus macrophyllus (E. macrophyllus), família alismatacea, é uma espécie nativa do Brasil onde é conhecida por chapéu de couro, chá mineiro e erva de pântano. O objetivo deste trabalho foi avaliar o possível efeito do extrato bruto das folhas de E. macrophyllus (EB) e de frações dele extraídos (FAE, FB e FAq) sobre a função renal em ratos normais e em ratos com necrose tubular aguda (NTA) induzida por gentamicina (GT). O EB, obtido por percolação, foi submetido à extração com acetato de etila, originando uma fração rica em flavonóides (FAE). Em seguida, a fração aquosa restante foi extraída com Nbutanol dando origem à fração butanólica (FB). A fração aquosa restante foi denominada de FAq. A diurese foi avaliada em ratos Wistar, machos, normais (250-350g). Os ratos foram volume-expandidos (4% do peso corporal) com NaCl 0,9% na ausência (controle) e presença de doses variáveis (10-1000 mg/kg) de EB, FAE, FB e FAQ. Em seguida, os ratos foram colocados, individualmente, em gaiolas metabólicas. O volume de urina foi medido a cada 30 min durante 3 h (180 min). Para avaliar o efeito do EB, FAE e FB sobre a função renal, foram usados 8 grupos de ratos sendo 4 grupos constituídos de ratos normais (Sal Sal,Sal EB, Sal FAE e Sal FB) e 4 de ratos com NTA (GT Sal, GT EB, GT FAE e GT FB). O experimento foi dividido em três períodos: aclimatação (ACL), indução de NTA (Sal ou GT) e tratamento (EB, FAE ou FB). Após a ACL, a NTA foi ou não (receberam salina) induzida com GT, por 5 dias. Ao término desse período, tanto os ratos normais como aqueles com NTA foram tratados ou não (receberam salina), por gavagem, com EB, FAE ou FB, por 7 dias. Amostras de urina e plasma foram coletadas ao final da ACL, ao final da indução de NTA e ao 4º e 7º dias de tratamento. No perfil cromatográfico do EB, FAE e FB foi identificada a presença de diversos flavonóides (vitexina, isovitexina e orientina). Os resultados mostraram que o chá pode ter uma ação ambígua sobre a diurese (aumenta e diminui). Já o EB exerceu uma ação antidiurética principalmente na dose de 300 e 1000 mg/kg. Embora sem efeito proeminente nos ratos normais, nos ratos com NTA, o EB reverteu o aumento da creatinina plasmática e a redução do RFG e das frações de excreção de sódio e potássio. A FB, embora não tenha afetado a filtração glomerular, também reduziu a fração de excreção desses eletrólitos. Isto sugere que a queda nessa excreção, observada em resposta ao EB, pode ser devido à fração FB que é rica em saponinas, mas também possui flavonóides. Como a FAE é uma fração mais rica em flavonóides do que a FB e não interferiu com a excreção do sódio e do potássio, pode-se sugerir que tal efeito foi devido às saponinas presentes na FB. Em resumo, os nossos resultados mostram que, sob as condições por nós utilizadas, embora a E. macrophyllus não tenha induzido o efeito esperado sobre a diurese, ela mostrou-se eficaz na melhoria da função glomerular que foi prejudicada pelo GT. O EB também parece ter um efeito tubular benéfico pois foi capaz de reduzir a excreção de sódio e potássio que se encontrava elevada em resposta à GT. Este efeito tubular pode ter sido causado por substâncias (como as saponinas) encontradas na FB.

ASSUNTO(S)

insuficiência renal aguda teses. flavonoides eses. gentamicina eses.

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