Efeito do estradiol sobre a prostata da cobaia Cavia porcellus em diferentes fases do desenvolvimento pos-natal

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

A próstata é uma glândula anexa do sistema reprodutor masculino que tem despertado grande interesse na área biomédica devido às inúmeras patologias que a acometem. Frente ao desbalanço hormonal, ocasionado principalmente pelo processo de senescência, o tecido prostático desenvolve dentre outras doenças, a hiperplasia benígna prostática (BPH), metaplasias do epitélio, prostatites e o câncer prostático. O estrógeno parece ter papel fundamental na gênese da hiperplasia benígna prostática e do câncer da próstata, porém, os aspectos que envolvem a relação estroma-epitélio não são completamente esclarecidos. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da administração crônica do estradiol sobre os componentes epitelial e estromal da próstata de cobaias machos Cavia porceUus ao longo do desenvolvimento pós-natal, utilizando técnicas histológicas, histoquímicas e ultra-estruturais. Foram utilizados 10 animais de cada idade: pré-púbere, púbere, pós-púbere e adultos, sendo que 5 foram destinados ao grupo controle e 5 ao grupo tratado, que recebeu injeção subcutânea semanal de Benzoato de Estradiol durante 4 semanas. Após o tratamento as próstatas foram fixadas e incluídas para a microscopia de luz e microscopia eletrônica de transmissão. Foram feitos testes histoquímicos para fibras colágenas (Tricrômico de Masson, Picrossírius-Hematoxilina), fibras elásticas (Resorcina Fucsina de Weigert) e fibras reticulares (Reticulina de Gõmõn), além das colorações usuais pela Hematoxilina-eosina e pelo Azul de Toluidina. Para a caracterização quantitativa dos componentes prostáticos foi realizada uma análise morfométrica-estereológica, sendo que os dados obtidos foram comparados aplicandose o Teste T (p::;;O.OS). Na microscopia eletrônica de transmissão foram feitos procedimentos rotineiros para a caracterização ultra-estrutural de elementos epiteliais e do estroma prostático. A análise histopatológica do material revelou regiões onde há ocorrência da Neoplasia Intraepitelial Prostática (PIN) característica do padrão epitelial denominado cribriforme. Além disso, nota-se nos animais experimentais, um estreitamento da região clara supranuclear, descrita como sendo a região do complexo de Golgi. Observa-se perda da polaridade celular, núcleos de diversas formas e tamanhos, em diferentes alturas e com padrões de distribuição cromatínica irregular. Tais alterações foram encontradas, principalmente, nos animais púberes, pós-púberes e adultos. A análise histoquímica , juntamente com a análise morfométrica estereológica, revelaram nos animais tratados hiperplasia estromal com aumento da camada fibromuscular que circunda os ácinos glandulares nas idades pré-púbere, pós-púbere e adulta. Além disso, observou-se um aumento na quantidade dos elementos fibrilares da matriz estromal, como o colágeno, as fibras reticulares e as fibras do sistema elástico, entremeando células musculares lisas que se arranjam, às vezes, de forma não concêntrica. A ultta-estrutura mostrou que nos animais tratados ocorre um certo desarranjo no sistema de membranas internas nas células epiteliais que assumem fenótipos variados, hipertrofia de células basais, presença de feixes fibrilares colagênicos espessos e de fibras do sistema elástico em maior quantidade quando comparado aos animais do grupo controle, além de reforçar os achados histológicos como o padrão epitelial cribriforme e a hiperplasia estromal. Estes dados sugerem que o estrógeno pode provocar modificações celulares e teciduais em qualquer etapa do desenvolvimento, principalmente nas fases em que os níveis de testosterona estão aumentados (após a puberdade), e com isso provocar alterações fisiopatológicas relevantes para o funcionamento da glândula prostática

ASSUNTO(S)

prostata estradiol rato como animal de laboratorio

Documentos Relacionados