Efeito de fungos entomopatogênicos na mortalidade de adultos, oviposição e eclosão de larvas de Aedes aegypti / Effects of entomopathogenic fungi on the adult mortality, oviposition and larval eclosion of Aedes aegypti.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/05/2009

RESUMO

O interesse em fungos entomopatogênicos para controle integrado de mosquitos é grande. Entretanto pouco se sabe sobre o efeito de fungos em adultos e transmissão de micoses em Aedes aegypti. No presente trabalho, estudaram-se, em condições de laboratório, a atividade adulticida e a propagação da infecção para ovos postos por fêmeas tratadas com três isolados de Paecilomyces spp, dois Isaria spp, um Penicillium sp e um Metarhizium anisopliae. Foram realizados dois experimentos: Com conídios secos de M. anisopliae IP 46 a 5x104 conídios/cm3 (Teste 1) e com conídios dos outros fungos formulados em óleo-água, a 10% do óleo, a 106 conídios/cm2 (Teste 2). As fêmeas foram alimentadas com sangue de camundongo em dias alternados e, para ambos os sexos, solução açucarada (5%) foi ofertada ad libitum. Os adultos foram mantidos a 25C, umidade relativa (UR) de 70% e fotofase de 12 h até 10 d póstratamento (p.t.). Indivíduos mortos e ovos postos foram retirados, contados e incubados em UR >98% e 25C por 15 d. Os ovos foram em seguida submersos em água e a eclosão de larvas avaliada diariamente até 5 d para todos os testes. Primeiros ovos postos foram encontrados em até 48 horas após a primeira hematofagia das fêmeas. O número médio de ovos/fêmea/dia (o/f/d) no teste 1 foi de 2,5 e no teste 2 variou entre 0,15 (Paecilomyces carneus CG 525) e 1,3 o/f/d (Isaria fumoserosea CG 325). Apenas IP 46 formou hifas e novos conídios sobre ovos e reduziu significativamente a eclosão quantitativa de larvas (39,2%), comparado com o grupo controle (68,6%; t = 2,3; P = 0,04). Nos demais testes a eclosão foi acima de 40%. Primeiros adultos geralmente morreram a partir de 48 h p.t. e o maior número de mortos foi encontrado 2 a 4 d depois, independentemente do teste realizado. A maior mortalidade, 10 d p.t. foi 39% (IP 46), seguido por 28% (Isaria farinosa CG 195), 16,4% (Paecilomyces marquandii CG 190), 8% (Penicillium sp IP 182), 6,8% (P. carneus CG 525), 4,7% (Paecilomyces lilacinus CG 362) e 4,6% (I. fumoserosea CG 325). A mortalidade encontrada para os controles foi ≤ 12% no mesmo momento. Mosquitos tratados com CG 195, CG 525, IP 46, CG 325 e CG 190 tiveram desenvolvimento de fungo em cadáveres. Mosquitos mortos pertencentes aos grupos tratados com os isolados IP 182, CG362 e controle não tiveram desenvolvimento de micélio. Os resultados mostraram que, de acordo com o tipo de aplicação utilizada, fêmeas de A. aegypti contaminaram ovos e assim propagaram a micose. Tratamento com conídios secos levou a uma maior contaminação das fêmeas e assim também dos ovos postos, comparada com a aplicação indireta utilizada para os demais fungos, no qual provavelmente a contaminação ficou restrita às partes do corpo em contato com a superfície tratada. A mortalidade reduzida encontrada para todos os fungos e para ambas técnicas pode estar relacionada à umidade subotima na qual foram mantidos os mosquitos e também ao tempo curto de observação dos adultos póstratamento. Os fungos testados têm atividade reduzida em adultos de A. aegypti e fêmeas desse mosquito podem transmitir a micose durante a oviposição. Mais estudos precisam ser feitos para selecionar linhagens mais virulentas e entender melhor mecanismos de infecção e transmissão horizontal de fungos em A. aegypti.

ASSUNTO(S)

parasitologia aedes aegypti fungos entomopatogênicos controle biológico metarhizium anisopliae 1.aedes aegypti controle vetorial 2.fungos entomopatogênicos - controle biológico. 3.metarhizium anisopliae aedes aegypti entomopathogenic fungi biological control metarhizium anisopliae

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