Efeito da temperatura durante a diferenciação de gemas, floração, crescimento e desenvolvimento de frutos em pessegueiro na região de Pelotas, RS. / Effect of the temperature during bud differentiation, blooming, fruit growth and development in peach tree in the area of Pelotas,RS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

As horas de frio necessárias às gemas vegetativas e floríferas, quando insuficientes, limitam a produção de pessegueiros nas zonas subtropicais e temperadas brasileiras. A redução na produtividade pode ocorrer também, devido a variações bruscas na temperatura durante os períodos de diferenciação das gemas, préfloração, floração, crescimento e desenvolvimento dos frutos desta espécie. Estas variações de temperatura podem ser uma das causas da instabilidade produtiva de algumas cultivares de pessegueiro. Muito dos problemas que se verificam, após a floração ou mesmo na colheita, como baixa produtividade, atribuídos muitas vezes, apenas às condições de inverno com pouco frio que ocorrem no sul do Rio Grande do Sul, podem ter origem em etapa anterior do desenvolvimento e, muito provavelmente, na diferenciação floral. Com os objetivos de estudar a influência de altas temperaturas sobre diferenciação de gemas, pré-floração, floração, frutificação efetiva, crescimento e desenvolvimento de frutos, foram realizadas observações no avanço dos estádios de diferenciação das gemas, épocas de brotação e floração, testes de viabilidade e produção de pólen. Foram, ainda, feitas observações na morfologia e biologia floral, frutificação efetiva, crescimento e desenvolvimento dos frutos. A elevação da temperatura foi proporcionada com a utilização de casas de plástico ou através do ensacamento dos ramos com mangas de plástico transparente ou garrafas de plástico. Foram utilizadas plantas de duas cultivares comerciais de pessegueiro de baixa necessidade de frio (200 a 300 horas): Granada e Maciel em 2003, 2004 e 2005. Não há a formação de pistilos duplos ou quaisquer anomalias morfológicas mesmo sob temperaturas maiores que 25C durante o período de diferenciação das gemas das cultivares de pessegueiro Granada e Maciel. Há diferenças entre cultivares e entre temperaturas de incubação quanto à porcentagem de germinação do pólen in vitro. A viabilidade do pólen das cultivares de pessegueiro testadas (Esmeralda, Granada, Jade e Maciel) pode ser avaliada por germinação in vitro em meio de cultura padrão (10% de sacarose + 1% de agar, dissolvidos em água destilada), três horas após a inoculação, com incubação a 24C e 28C. Ensacamento de ramos com plástico transparente ou com garrafas de plástico, é uma forma simples e econômica de aumentar a temperatura junto aos ramos das plantas, em condições de campo, sendo mais efetivo que o uso de estufas de plástico. Conclui-se que em condições de temperaturas elevadas, durante a pré-floração, ocorre a antecipação da antese das flores para as cultivares Granada e Maciel. A morfologia das flores, em relação ao comprimento e ao peso dos pistilos, não é influenciada pela elevação da temperatura nas condições experimentais utilizadas. Temperaturas elevadas durante a pré-floração, influenciam negativamente na frutificação efetiva da cultivar de pessegueiro Granada. Em condições de temperaturas, elevadas durante o estádio I de crescimento e desenvolvimento dos frutos, para as cultivares de pessegueiro Granada e Maciel, há uma tendência de formação de um maior número de células do pericarpo, o que ampliaria o potencial da produção de frutos com maior tamanho.

ASSUNTO(S)

pollen viability reproductive organs fertilização agronomia floral biology fertilization adaptação climática viabilidade de pólen climatic adaptation biologia floral prunus persica Órgãos reprodutivos prunus persica

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