Efeito da deficiencia e suplementação com magnesio sobre a tolerancia a glicose, sensibilidade a insulina e nas etapas iniciais da sinalização da insulina em ratos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Vários estudos têm demonstrado que o magnésio desempenha papel importante na homeostase glicêmica. Assim, no presente trabalho foi avaliado o efeito da deficiência de magnésio, da sua duração e da interação entre estes dois fatores na secreção e ação da insulina. Ratos foram alimentados com dieta deficiente em magnésio durante 6 (DF-6) ou 11 (DF-11) semanas e comparados com ratos alimentados com dieta controle durante os mesmos períodos de tempo (CO-6 e CO-11). Os ratos dos grupos DF-6 e DF-lI apresentaram níveis de magnésio sérico mais baixos do que os CO-6 e CO-lI, porém a homeostase glicêmica entre os grupos DF-6, CO-6 e CO-II não foi diferente. Os animais do grupo DF-lI apresentaram maior velocidade de decaimento da glicose (Kg) e redução da área total sob a curva de glicose, quando comparados aos animais dos grupos CO-6, CO11 e DF-6, assim como menor área total sob a curva de insulina quando comparados com os ratos CO-II e DF-6, indicando um aumento da sensibilidade à insulina. Com a finalidade de avaliar o efeito da suplementação de magnésio, ratos alimentados com dieta controle ou com dieta deficiente durante 6 semanas receberam, ao final desse período e durante 5 semanas adicionais, uma dieta suplementada com magnésio (grupos SCO e SDF, respectivamente). No grupo SDF os níveis de magnésio sérico, a velocidade de decaimento da glicose e áreas totais sob as curvas de glicose e insulina, não foram significativamente diferentes daqueles apresentados pelo grupo CO-lI, indicando que a suplementação com magnésio evitou o aumento da sensibilidade à insulina. Não foi verificada diferença na velocidade de decaimento da glicose (Kitt) durante o teste venoso de tolerância à insulina, assim como na sinalização da insulina no músculo e figado dos grupos DF-6 e CO-6. Entre os grupos alimentados durante 11 semanas, o DF-lI apresentou maior velocidade de decaimento da glicose, enquanto que este mesmo parâmetro nos grupos SDF e SCO não se diferenciou dos ratos CO-II. Nenhuma diferença foi observada na sinalização da insulina no músculo dos animais dos grupos CO-11, DF-lI e SDF. No figado de ratos DF-11, o nível protéico e o grau de fosforilação do receptor de insulina e do substrato-I desse receptor apresentaram-se aumentados, assim como verificou-se maior associação entre o substrato-I do receptor e a subunidade p85 do fosfatidilinositol 3-quinase, quando comparados com ratos CO-II. Nenhuma diferença foi encontrada nas etapas iniciais da ação da insulina nos grupos SDF e CO-ll. Estes resultados sugerem que as mudanças nas etapas iniciais da transmissão do sinal insulínico no figado, induzidas por diferentes níveis séricos de magnésio, podem ter um papel fundamental na homeostase glicêmica

ASSUNTO(S)

magnesio insulina metabolismo glicose

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